Preservação ambiental e qualidade de vida
Alguns exemplos pontuais mostram os bons resultados alcançados com projetos urbanísticos que levam em conta essa preocupação

Diamantino Junior, Marcellus Campêlo
Publicado em: 20/04/2022 às 19:18 | Atualizado em: 23/04/2022 às 05:37
É bem mais próxima do que muitos imaginam a relação entre a preservação ambiental e a qualidade de vida das pessoas. E não é difícil ou caro, como tantos supõem, adotar no dia-a-dia hábitos que demonstrem cuidado com o meio ambiente.
Alguns exemplos pontuais mostram os bons resultados alcançados com projetos urbanísticos que levam em conta essa preocupação. A integração do homem à natureza, mesmo em meio ao caos urbano, tem efeitos comprovadamente positivos sobre a saúde física e mental.
Mas é preciso não perder de vista que, para dar certo, para tornar sustentáveis esses espaços, é preciso do envolvimento de todos, para que as atitudes consideradas ecológicas possam de fato ser incorporadas no cotidiano das pessoas.
No Amazonas, temos o exemplo do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+). No caso da capital, além da ampliação dos espaços verdes, implantação de novos parques e praças, reflorestamento e paisagismo, fazem parte do programa ações de sensibilização dos moradores das áreas de intervenção.
O intuito é o de provocar a reflexão sobre os impactos que todos estão sujeitos ao negligenciar nos cuidados com o meio ambiente. Com isso, estimular a uma mudança de atitude, colocando em prática o aprendizado adquirido por meio das ações sociais e ambientais que são realizadas. Dentre elas, palestras, oficinas e outros eventos que são promovidos pela Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) do Governo do Amazonas, órgão que coordena a implantação do Prosamin, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Nesses eventos, são assuntos recorrentes a importância da preservação e conservação do meio ambiente e sua relação direta com a qualidade de vida. Os moradores recebem orientações para a prática de atitudes ambientalmente corretas, como, por exemplo, a coleta seletiva dos resíduos, separando o que pode ser usado para reciclagem, do que vai ser recolhido para o aterro sanitário.
Nas unidades habitacionais do programa são disponibilizados os Big Bags, para que ali possam colocar em prática os ensinamentos. O que é separado para reciclagem, é recolhido periodicamente pelas cooperativas de catadores, contribuindo assim para a geração de renda em um segmento extremamente importante.
Os próprios moradores também recebem capacitação para atuar nessa área. Nas oficinas da UGPE, eles passam a conhecer o valor agregado em cada resíduo que vai para reciclagem. E aprendem a transformar palites, papelão, papel, caixas de leite, dentre outros, em peças de artesanato que são comercializadas como objetos de decoração e arte. É uma nova porta que se abre como oportunidade de renda.
Na semana passada, por exemplo, as artesãs do Prosamin+ participaram de oficinas de produção de chocolates e de embalagens para a Páscoa, a partir de materiais recicláveis. Os produtos também foram comercializados.
Outro nicho que tem sido explorado nas oficinas é o descarte adequado do óleo de cozinha e sua reutilização para confecção de sabão em barra e sabonete. O processo começa pela transformação de garrafas plásticas em funis, para auxiliar na coleta do óleo, numa ação que envolve adultos e crianças. Os adultos recortam as garrafas e as crianças fazem a pintura dos funis. O ciclo encerra com os produtos prontos, na forma de sabão ou sabonete, para serem usados ou vendidos.
Temas do cotidiano também são bastante explorados nas palestras, muitas vezes aproveitando o gancho de datas comemorativas, como o Dia Mundial da Água ou do Meio Ambiente, para que possam refletir sobre a importância da preservação dos recursos naturais. O recado é simples: pequenos gestos podem fazer a diferença, tanto para a natureza como para o bolso. Um exemplo nesse sentido são as dicas para evitar o desperdício de água e de energia.
A preocupação com a ecologia e as ações socioambientais também vão estar presentes e até de forma reforçada no novo Prosamin+, que já está em andamento. Os novos conjuntos habitacionais a serem erguidos contarão com a implantação de lâmpadas de LED nas áreas comuns, que são mais econômicas, apresentam maior durabilidade e menor impacto ao meio ambiente.
Mais espaços verdes serão criados, com parques e praças que servirão para contemplação e para uso da população, com áreas para caminhadas, ciclovias, academias ao ar livre e quadras de esporte.
O Prosamin+ vai atingir uma área de 340 mil m², nas zonas sul e leste de Manaus, passando pelos bairros do Japiim, Coroado, Distrito Industrial e Armando Mendes, beneficiando cerca de 60 mil pessoas. Sete parques serão construídos, além de dois que já estão em obras.
A grande preocupação, o foco principal, é a qualidade de vida. Tudo foi planejado e projetado pensando no bem-estar das pessoas. Os conjuntos habitacionais estarão integrados aos parques e praças e os moradores também terão acesso a cursos, oficinas e palestras com esse foco voltado à qualidade de vida e à preservação do meio ambiente. E, se assim desejarem, abrindo também novas oportunidades de negócios e de geração de renda.
Marcellus Campêlo é engenheiro civil, especialista em saneamento básico; exerce, atualmente, o cargo de coordenador executivo da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE), órgão que gerencia as obras do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus e Interior (Prosamin).
Foto: divulgação