Práticas de ESG, uma prioridade no mundo corporativo
Lições ficaram com os impactos causados pela pandemia de covid e continuam a assustar com os efeitos das alterações climáticas no mundo

Mariane Veiga, por Marcellus Campelo
Publicado em: 19/10/2022 às 10:52 | Atualizado em: 19/10/2022 às 10:52
A preocupação com o futuro e o que ele nos reserva deixou de ser uma questão de foro íntimo e individual para dominar o mundo corporativo, em especial nos últimos anos. As empresas estão percebendo que não basta ter lucro e que as estratégias visando unicamente esse fim não são suficientes para mantê-las no mercado.
Lições ficaram com os impactos causados pela pandemia de Covid-19 e continuam a assustar com os efeitos das alterações climáticas no mundo. O futuro não parece ser tão promissor, nem mesmo para as organizações mais sólidas. Conforme o Fórum Econômico Mundial, até 2050, as alterações climáticas deverão causar a redução do PIB mundial em até 18%. É preciso agir, portanto, se quiserem mudar a rota.
Embalado nesse cenário de incertezas, ganha força dentro das empresas as práticas de ESG – sigla para abreviação, em inglês, de Ambiental, Social e Governança. Trata-se de um passo adiante do que já vinha sendo praticado em algumas organizações, sob a denominação de Responsabilidade Social. Agora, percebe-se um compromisso maior em não somente investir em ações socioambientais, mas adotá-las institucionalmente, porque o futuro dependerá das ações executadas hoje.
Além disso, não basta “alardear”, é preciso criar mecanismos de transparência que possam medir o grau de impacto do que está sendo realizado, um item extremamente necessário, em uma sociedade cada vez mais exigente.
Com isso, o conceito de sustentabilidade, representado pelas práticas de ESG, ganhou assim novo patamar nas empresas. Tratado como prioridade, passou a ser uma sinalização para o mercado, consumidores, investidores, dos propósitos da organização e o quanto está disposta a contribuir para a construção de um futuro melhor.
A sustentabilidade é um dos principais desafios enfrentados no mundo corporativo, hoje. É uma questão de vida ou morte das organizações. Ou repensam seus métodos produtivos e de negócios, ou terão vida curta, porque dependem, assim como todos, do meio ambiente e o que ele proporciona.
Passou a fazer parte da cartilha empresarial a adoção de políticas e de tecnologias que permitam a descarbonização e a redução dos impactos ambientais. Assim como, mecanismos de gestão que promovam a qualidade de vida e igualdade de gêneros, de condições e oportunidades a todos indistintamente, preocupações que também fazem parte das práticas de ESG.
Quem pensa em driblar o público com medidas rasas sob o invólucro de ESG, deve lembrar que o maior prejudicado pode ser ele próprio e o negócio que administra.
A adoção de práticas de ESG deve vir acompanhada de um processo genuíno e responsável, que envolve não somente a vontade de executá-las, mas o treinamento dos colaboradores para esse fim. E, muitas vezes, uma mudança geral na cultura organizacional, para que possa “virar a chave”, trilhar um novo caminho.
A diferença, o exemplo, tem que vir de dentro, com pequenas ações responsáveis, que envolvem a coleta seletiva de resíduos, o uso consciente de energia e água, a reutilização, o respeito ao meio ambiente.
O autor é engenheiro civil, especialista em saneamento básico.
Foto: Tiago Corrêa/Divulgação