Presidente da Eletros defende ampliação da ZFM, e não substituição
Preocupação foi manifestada em meio aos debates da reforma tributária e falas sobre substituição da matriz econômica do Amazonas.

Diamantino Junior, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 08/03/2023 às 12:56 | Atualizado em: 08/03/2023 às 12:56
“Não pode haver uma substituição do que temos. Deve haver a complementação”, disse o presidente da Eletros, José Jorge Júnior. A declaração sobre a ZFM (Zona Franca de Manaus) foi feita nesta terça-feira (07/3), em sessão solene na Câmara dos Deputados pelos 56 anos do modelo.
Jorge Júnior, que representa o maior setor da ZFM como presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos, se manifestava assim sobre a reforma tributária em curso e frequentes discursos de que o Amazonas deve partir para substituir a sua principal matriz econômica.
O dirigente industrial, dessa forma, mostrou preocupação com a reforma do ponto de vista de que os investidores precisam de previsibilidade e segurança jurídica.
Igualmente compartilham dessa preocupação parlamentares de bancadas de estados da Amazônia.
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ZFM é modelo de sucesso
Por exemplo, o deputado Sidney Leite (PSD-AM). Autor do pedido da sessão em homenagem à ZFM, ele disse que o parque industrial do Amazonas não é uma simples linha de montagem.
Ao mesmo tempo, Leite lamentou a falta de investimento em pesquisa para as regiões Norte e Nordeste.
Especialmente, rebateu os que acusam o modelo de ser um peso para o país com a renúncia fiscal concedida às empresas.
“Dizer que a ZFM, que o seu polo industrial, tem um custo alto para o país, é muito pelo contrário. Nós somos o único estado do Norte e Nordeste que mais enviamos recurso do que recebemos”.
Para o deputado, em síntese, só isso já é uma demonstração clara de que o modelo ZFM é eficiente e vitorioso.
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Suframa endossa
Presente à sessão festiva na Câmara, o superintendente da ZFM (Suframa), Marcelo Pereira, ratificou as palavras de Leite e complementou a defesa do modelo.
Conforme Pereira, a ZFM precisa ter um plano para continuar progredindo e levar esse desenvolvimento para toda sua região de abrangência. Citou, por exemplo, que ganhe infraestrutura suficiente para alcançar o interior dos estados.
Sobre os incentivos tributários oferecidos para manter a competitividade da ZFM ante outros centros industriais, Pereira explicou como é o funcionamento.
“A renúncia fiscal concedida à Zona Franca de Manaus só acontece no faturamento de uma nota fiscal. E antes que a nota fiscal seja faturada, a empresa já teve diversos custos pra aprovar projetos, contratar consultorias, capacitar mão de obra, comprar um galpão, montar uma linha de produção, investir no marketing, em faturamento, em fretes, em logística, importar insumos. Se ela não vender seu produto, não terá renúncia fiscal. A renúncia fiscal é apenas um atrativo para investimentos”.
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados