Wilson Lima agora acomoda gregos e troianos em seu governo
PL, direita de Bolsonaro, e PT, esquerda de Lula, estão hoje acomodados no governo do Amazonas

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 16/01/2025 às 10:06 | Atualizado em: 16/01/2025 às 10:20
O cuidado do governador Wilson Lima (União Brasil) em explicar que a mudança no comando do Ipaam (órgão ambiental do estado) não implica em desprestígio ao deputado estadual Sinésio Campos (PT) tem sentido para além do texto.
Ao dizer que só trocou o cabeça do órgão e que a área continua com o petista, Lima mostra a arte política que começa a fazer em sua gestão.
Essa, ao que tudo indica, é a arte de acomodar gregos e troianos.
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Se não, vejamos.
Na semana passada, Lima abriu seu governo ao PL ao nomear Evilázio Nascimento para secretário executivo da Sejusc. Ele é irmão de Alfredo Nascimento, nada mais nada menos que o presidente do PL de Bolsonaro no Amazonas
O ato significou, oficialmente, o embarque da ultra-direita no governo Wilson Lima.
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Petistas perdem espaço
No entanto, ao mostrar que o presidente estadual do PT, Sinésio Campos, não ficará desprestigiado na gestão, com a mudança no Ipaam, Lima faz reforço com uma nova mensagem.
Essa diz que o governador olha o horizonte eleitoral de 2026, mirando apoio de gregos e troianos. Dessa forma, Lima não quer nada de extremismos lhe dividindo.
Senador
Para começar, ele não será candidato a governador. Sua campanha natural será a de senador, que tem duas vagas em disputa.
São vagas que podem receber votos de gregos e troianos.
Amazonas dividido
É claro que não é só isso. Territorialmente, o Amazonas se divide entre direita e esquerda. O interior é Lula; a capital, Bolsonaro.
Nesse caso, para uma disputa majoritária, ter o apoio de todos é melhor.
Em 2022, Alfredo Menezes Júnior, candidato de Bolsonaro a senador, perdeu a eleição porque não fez nenhum movimento ao eleitor do interior do Amazonas.
Ilustração: Gilmal