Senador pede à PGR que investigue PL pela participação em golpe

Com base no relatório da Polícia Federal

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/02/2024 às 18:22 | Atualizado em: 08/02/2024 às 18:54

O senador Humberto Costa (PT-PE) vai solicitar à Procuradoria-Geral da República (PGR) que investigue o PL por financiar uma estrutura de apoio à invalidação da vitória do presidente Lula da Silva nas urnas e um golpe de Estado destinado a manter Bolsonaro no poder.

Com base no relatório da Polícia Federal (PF), que deflagrou nesta quinta-feira (8) a operação Tempus Veritatis, o senador petista diz que a sigla sofreu uma “instrumentalização” durante as eleições de 2022 para invalidar as eleições presidenciais e dar apoio a um golpe de Estado.

O deputado federal Capitão Alberto Neto, pré-candidato do partido à prefeitura de Manaus, afirmou em sua rede social que a ação da PF não tem sustentação jurídica e que “o governo do PT quer a todo custo fazer do Brasil uma ditadura”.

“Eles criaram um universo paralelo, o fantástico mundo do PT, e agora estão repetindo as estratégias das ditaturas, perseguindo os opositores para encobrir a falta de políticas públicas e o descaso com os problemas reais do país e da população brasileira”.

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Costa, portanto, anunciou sua ação contra o PL de Bolsonaro:

“Estou enviando representação ao PGR para que abra investigação sobre a participação do PL em tentativa de golpe e abolição violenta do estado democrático de direito. Se comprovada a atuação, vou requerer a cassação do registro do partido por envolvimento em atividade criminosa”.

Na representação enviada à PGR, o senador petista pede ainda uma análise “com profundidade e lupa” nas contas do partido.

“Os recursos do fundo partidário, em tese, podem ter sido desviados para o custeio e financiamento indevido dos atos antidemocráticos, com o objetivo ilícito de invalidar a eleição presidencial”.

Em nota, o senador diz que a ação levou a mandados de busca contra ex-ministros e aliados de Bolsonaro.

Entre eles, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, a quem a PF aponta como “principal fiador” de questionamentos da legenda contra a lisura do processo eleitoral de 2022.

Tanto endereços ligados a Valdemar quanto a sede do PL foram alvo de mandados de busca e apreensão. O presidente da sigla foi detido em flagrante, em Brasília, por posse irregular de arma de fogo.

Foto: José Cruz/Agência Brasil