Senado permite asfaltar BR-319 pela licença por adesão e compromisso
Projeto aprovado inclui emenda que permite licenciamento automático para obras como a da estrada que liga Manaus a Porto Velho.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 22/05/2025 às 18:29 | Atualizado em: 22/05/2025 às 18:39
O plenário do Senado aprovou, na noite desta quarta-feira (21), o projeto da lei geral do licenciamento ambiental (2.159/2021), considerado pelos ambientalistas o maior desmonte das regras do licenciamento ambiental no país.
O texto ganhou o voto dos três senadores do Amazonas por viabilizar o asfaltamento do trecho do meio (entre os km 177,8 e 655,7) da BR-319, o que vai permitir a trafegabilidade da estrada.
No artigo 21, o projeto permite a licença por adesão e compromisso para o licenciamento automático, desde que não haja alto impacto ambiental.
Em uma das emendas colhidas, a de número 117, o senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) alterou o texto do artigo 11 e estabeleceu que a lei seja usada para “serviços e obras direcionados à ampliação de capacidade e à pavimentação em instalações preexistentes ou em faixas de domínio e de servidão”.
Foi justamente a esse dispositivo que a emenda do senador Eduardo Braga (MDB) incluiu “rodovias anteriormente pavimentadas e dragagens de manutenção”.
“Significa fazer auto licenciamento de expansão de vias e instalações pré-existentes em empreendimentos como por exemplo a BR-319”, reconheceu o Observatório do Clima ao avaliar a emenda.
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‘Chega de burocracia’
O senador Omar Aziz (PSD) usou suas redes sociais nesta quinta-feira (22) para elogiar a aprovação da lei geral do licenciamento ambiental.
“É uma medida fundamental para destravar mais de cinco mil obras paradas no país, entre elas, a BR-319, que há anos luto para ver pavimentada. Chega de burocracia que isola a Amazônia e nega às nossas comunidades o direito de evoluir”.
Aziz disse mais:
“Indígenas, ribeirinhos e populações tradicionais querem dignidade, acesso à tecnologia, à água potável, à energia. Não aceitar isso é perpetuar desigualdade”.
Na avaliação do senador do Amazonas, a legislação ambiental vai se modernizar e será um marco para as próximas gerações.
“É pelo licenciamento ambiental que o poder público autoriza a instalação, ampliação e operação de empreendimentos importantes para o país. Alguns exemplos incluem a construção e ampliação de rodovias, aeroportos, indústrias, hidrelétricas e empreendimentos turísticos e urbanísticos, como hotéis e loteamentos, entre outros. O Brasil vai crescer ainda mais com esta iniciativa que conta com o meu apoio”.
Foto: divulgação/Dnit