Seca 2024: donos de navios criam a ‘taxa de pouca água’
Para Serafim Corrêa, secretário da Sedecti, as empresas estão se aproveitando da crise para ganhar dinheiro. | VÍDEO

Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 04/07/2024 às 20:19 | Atualizado em: 04/07/2024 às 20:32
Empresas que operam navios de transportes de contêineres para Manaus criaram esta semana o que chamam de “taxa de pouca água”.
A pouca água é em referência à seca dos rios amazônicos. Este ano, o fenômeno vai se configurando para ser mais severo do que em 2023, quando os níveis de água foram os baixos de todos os tempos.
A taxa do desastre climático foi puxada por duas empresas que operam com esse tipo de carga, a MSC e a Maersk.
A MSC estabeleceu a taxa, por contêiner, a US$ 5 mil, em real R$ 27,8 mil. Já a Maersk taxou em US$ 5,9 mil, ou R$ 32,8 mil.
Cobrança foi feita em 2023
Em 2023, as duas companhias de logística já haviam sobretaxado as cargas por causa da seca, mas isso foi só em outubro e a preço de 2 mil dólares. Agora, mal começou a vazante e a fatura deles já chegou.
“Um absurdo”, disse o secretário de Estado da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa.
Foi durante a reunião do Conselho de Administração da Suframa (CAS). Para Serafim, as empresas estão se aproveitando da crise para ganhar dinheiro.
“Nós estamos vendo que as operadoras de navegação estão se aproveitando de um momento que ainda nem aconteceu para ganhar dinheiro. Isso daí nós temos que repudiar. Eu faço essa manifestação de repúdio aqui no CAS, que eu considero o fórum competente, esperando das autoridades federais uma providência mais dura em relação aos operadores navegação”.
Ele observou ainda que essa taxação ocorre após as empresas já terem aumentado o frete, recentemente.
“Antes, os fretes que eram de 3,5 mil dólares passaram para 11,5 mil dólares. Agora com mais 5 mil, o frete por contêiner, fica a 16 mil e 16,5 mil e quinhentos dólares”.
Para ele, esse custo pode anular as vantagens competitivas das Zona Franca de Manaus.
Veja o vídeo:
Foto: BNC AMAZONAS