Primeira mulher assume presidência do Superior Tribunal Militar

A ministra Maria Elizabeth Rocha promete gestão mais inclusiva e representativa.

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 12/03/2025 às 16:29 | Atualizado em: 12/03/2025 às 16:29

Maria Elizabeth Rocha assume nesta quarta-feira (12) a presidência do Superior Tribunal Militar (STM), trazendo consigo a promessa de uma gestão inovadora e mais inclusiva. Primeira mulher a integrar a Corte após mais de dois séculos de exclusividade masculina, a ministra pretende enfatizar em seu discurso a desigualdade de gênero nos espaços de poder, especialmente no Judiciário e nas Forças Armadas.

Com um posicionamento progressista e frequentemente destoante da maioria nas votações, Maria Elizabeth planeja compor seu gabinete com diversidade.

Entre suas prioridades, está a inclusão de pessoas transexuais e indivíduos com transtorno do espectro autista. Ela destaca que pretende nomear servidores levando em conta critérios de identidade e alteridade, abrangendo gênero, orientação sexual, raça e neurodiversidade.

Além disso, a ministra estuda os trâmites necessários para contratar uma servidora venezuelana, ampliando sua política de inclusão para mulheres migrantes. Desde sua indicação ao STM, sua trajetória tem sido marcada por desafios, incluindo a resistência de parte dos ministros à sua eleição.

Muitos contestaram sua candidatura, pois ela já havia exercido um mandato-tampão entre 2014 e 2015. No entanto, a legislação garante a qualquer ministro o direito a um período completo na presidência. Para assegurar sua vitória, Maria Elizabeth precisou quebrar a tradição e votar em si mesma.

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Até a organização da cerimônia de posse gerou controvérsias. A ministra propôs realizar o evento no Teatro Nacional, argumentando que essa mudança renovaria a imagem do tribunal e reduziria custos.

Segundo cálculos internos, o investimento necessário apenas para a estrutura de toldos na sede do STM seria de R$ 250 mil. O governo do Distrito Federal, por sua vez, cedeu o espaço alternativo gratuitamente.

Mesmo assim, vários ministros resistiram à proposta, preferindo manter a tradição da posse nas dependências do STM. Após uma votação apertada, aprovaram a sugestão de Maria Elizabeth.

Além disso, ela decidiu que o hino nacional será entoado duas vezes durante a solenidade: uma em português e outra na língua indígena Tikuna.

Leia na íntegra em CNN.

Foto: divulgação/STM