Preso com metralhadoras de guerra, policial militar é solto e MP-AM recorre
Policial militar do Amazonas foi flagrado com armamento antiaéreo de alto poder destrutivo. Desconfiança é de envolvimento com o crime organizado.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 03/05/2025 às 20:44 | Atualizado em: 03/05/2025 às 20:44
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) ingressou neste sábado, 3 de maio, com uma ação cautelar no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) para suspender a decisão judicial que concedeu liberdade provisória ao policial militar Douglas Napoleão Campos.
O servidor público foi preso em flagrante no dia 1º de maio por posse ilegal de duas metralhadoras antiaéreas Browning M1919 A4/A6 calibre .30 — armamento de uso restrito pelas Forças Armadas.
A ação, protocolada durante o plantão ministerial pelo promotor de Justiça Thiago Roberto Freire, pede suspensão dessa decisão com urgência.
Além disso, Freire pede que a prisão preventiva do policial seja decretada, diante da gravidade do caso.
Segundo o MP, o tipo de armamento apreendido é comumente utilizado por organizações criminosas em confrontos armados de grande escala, o que levanta suspeitas sobre o possível envolvimento do policial com o tráfico ilegal de armas e o crime organizado no estado.
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Soltura comprometedora
Ademais, o Ministério Público afirmou que a concessão da liberdade representa “risco concreto à ordem pública” e que a soltura de um agente de segurança envolvido com esse tipo de armamento compromete a confiança nas instituições e a própria segurança da sociedade.
Além da ação cautelar, o MP também protocolou um recurso em sentido estrito junto ao juízo de 1º grau, pedindo a revisão da decisão judicial e a substituição da prisão domiciliar por prisão preventiva.
O órgão justificou a atuação simultânea nas duas instâncias como forma de agilizar o processo e evitar danos irreparáveis.
“O Ministério Público busca a reforma da decisão, de modo a restabelecer a ordem pública, a qual é vulnerada quando integrante de força de segurança, a quem incumbiria a proteção da lei, viola-a, sendo flagrado portando nada menos que armamento de guerra”, afirmou o promotor.
A defesa do policial ainda não se manifestou publicamente sobre o caso. Até a publicação desta matéria, o Tribunal de Justiça do Amazonas não havia decidido sobre o pedido liminar apresentado pelo MP.
O caso continua em investigação, e o Ministério Público reforça a necessidade de medidas rigorosas para evitar a reiteração de possíveis delitos e garantir o andamento das apurações.
Foto: divulgação