PPL foge da barreira e se une a comunistas na oposição a Bolsonaro

Bolsonaro

Aguinaldo Rodrigues

Publicado em: 02/12/2018 às 09:56 | Atualizado em: 02/12/2018 às 09:56

O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) selam neste domingo, dia 2, o acordo de fusão, no qual este se incorpora à sigla dos comunistas. Um evento está programado para acontecer até às 13h (de Brasília) de São Paulo.

No Amazonas, a partir desta segunda, os comunistas, liderados pelo deputado federal Eron Bezerra e senadora Vanessa Grazziotin, iniciam os encaminhamentos a partir da incorporação dos pátrias-livres.

Em comunicado conjunto, os partidos afirmam que a união é para “enfrentar o desafio de superar a cláusula de desempenho e fortalecer a oposição ao governo Bolsonaro”.

A incorporação acontece para que os partidos, agora pelo PCdoB, mantenham o tempo de TV e o dinheiro do fundo partidário conforme o desempenho nas urnas.

O PPL reelegeu um deputado federal neste ano. A bancada atual do PCdoB é formada por 10 deputados; 9 candidatos do partido foram eleitos em outubro.

A única senadora comunista no país, Vanessa, não se reelegeu e deixa o Senado na virada do ano.

 

Disputa contra Bolsonaro

Na eleição presidencial deste ano, o PPL lançou a candidatura de João Goulart Filho ao Palácio do Planalto.

Filho do ex-presidente João Goulart, o candidato recebeu 30.176 votos (0,03%) no primeiro turno e ficou em 13º lugar, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

No segundo turno, João Goulart Filho anunciou apoio ao candidato do PT, Fernando Haddad, que perdeu para Jair Bolsonaro, do PSL.

 

 

Evento da incorporação

Assinam o ato os presidentes das siglas, Luciana Santos (PCdoB) e Sérgio Rubens Torres, diante de parlamentares e afilliados. Leia a íntegra do comunicado:

A eleição de Jair Bolsonaro, da extrema direita, coloca em alto risco a democracia, a soberania nacional e os direitos do povo brasileiro.

Face a essa realidade, impõe-se a união das mais amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais para empreender a resistência e exercer a oposição, tendo como convergência a defesa da democracia, da Constituição de 1988, dos direitos dos trabalhadores e dos interesses nacionais.

Diante desse quadro e visando a cumprir suas responsabilidades com o Brasil e seu povo, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Pátria Livre (PPL) iniciaram um elevado diálogo, buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de superação da cláusula de desempenho – e assim criar as condições para seguir cumprindo um papel relevante na busca de soluções para o Brasil, particularmente nesse período de resistência democrática em que ingressamos.

Desse diálogo frutífero, veio a convicção de que as duas legendas, em relação ao presidente eleito e ao seu futuro governo, têm o entendimento comum, a visão tática confluente de que é preciso agregar, sem hegemonismos ou imposições, um leque amplo de forças para empreender a resistência, a oposição e a luta contra o retrocesso e o obscurantismo. As conversações também ressaltaram as afinidades programáticas entre os dois partidos.

De comum acordo, as direções das duas legendas concluíram, então, que o caminho para realizar os objetivos propostos é o da unidade, cujo encaminhamento prático, legal e imediato é a incorporação do PPL ao PCdoB. Esse processo, assentado na legislação e nos estatutos das duas legendas, se efetivará simultaneamente em suas instâncias de decisão e deliberação.

Para concretizar esse processo, acontecerá, no próximo dia 2 de dezembro, uma reunião conjunta de instâncias máximas das duas legendas, na qual será comunicada a decisão tomada. O evento ocorrerá às 10 horas no auditório do Sindicato dos Eletricitários, na cidade de São Paulo, rua Thomaz Gonzaga, 50, Liberdade.

Luciana Santos, Presidenta do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

Sérgio Rubens de Araújo Torres, Presidente do Partido Pátria Livre (PPL)

 

Foto: Reprodução/site PCdoB