PGR arquiva denúncia contra Plínio por ter vontade de enforcar Marina

PGR arquiva denúncia contra Plínio Valério por fala sobre Marina Silva, por não caracterizar crime.

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 16/06/2025 às 18:45 | Atualizado em: 16/06/2025 às 18:45

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou uma denúncia apresentada pela deputada federal Luciene Cavalcant (Psol-SP) contra o senador Plínio Valério (PSDB) por ele ter dito a frase: “Imagine o que é tolerar Marina 6 horas e dez minutos sem enforcá-la”.

Na decisão, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que, “embora revestidas de aparente cunho ameaçador” contra a ministra do Meio Ambiente,  Marina Silva, a declaração do senador foi feita em local diverso da CPI das Ongs, que era presidida pelo parlamentar.

Para o PGR, essa situação não caracteriza crime de constrangimento ilegal. O senador proferiu a frase num evento, em março, dias após a participação da ministra na CPI.

“A ministra Marina não foi obrigada a manter nenhum comportamento indesejado ou contrário à sua vontade”, disse Gonet na decisão divulgada pela coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

Gonet considerou ainda que iniciar uma investigação sobre um possível crime de ameaça, o próprio chefe da pasta do Meio Ambiente deveria ter apresentado uma representação, o que não ocorreu

Na decisão, o procurador-geral da República diz também que não seria possível enquadrar o caso em ação penal pública incondicionada (que não precisa de uma denúncia da vítima).

De acordo com ele, a conduta de Plínio “não foi praticada por razões da condição do sexo feminino ou em situação de violência doméstica ou familiar.”

Narrativa

O senador comemorou nas redes sociais a decisão da PGR: “Justiça derruba narrativa de misoginia. Espero que o arquivamento da PGR enterre de vez a tese de q críticas a perseguição da ministra Marina contra os amazonenses seja por sua condição de mulher”, escreveu o parlamentar no X [antigo Twitter].

Plínio diz que Gonet derruba a tese sexista sempre usada pela ministra Marina, de que ele a critica por ser mulher, preta e frágil.

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“Segundo Gonet, minha conduta não foi praticada por razões da condição do sexo feminino ou em situação de violência doméstica ou familiar”, ressaltou.

O senador afirmou que criticou a ação danosa de Marina contra o povo amazonense. “E contra o desenvolvimento do meu estado para tirar as famílias e grupos empresariais que clamam pelo fim do flagelo na BR-319. Foi feita a Justiça”, finalizou.

Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado