“Novo que virou de costas para a velha política ficou isolado”, diz Almeida

Vice-governador Carlos Almeida fez aproximações com políticos tradicionais

Vice-governador do AM diz que não cometeu nenhum ilícito

Publicado em: 08/01/2020 às 08:43 | Atualizado em: 08/01/2020 às 09:00

Por Neuton Corrêa, da Redação

 

O vice-governador Carlos Almeida (PRTB) defendeu ontem a aproximação de seu grupo, eleito em 2018 opondo nova à velha política, com políticos tradicionais do Amazonas, mostrando que, em outros Estados onde os governantes se elegeram com o mesmo discurso e se distanciaram das forças existentes acabaram se isolando.

Há situação, segundo ele, de Estado que abriu mão de fazer contato com senadores, o que na sua opinião traduz em suicídio para a própria Federação.

“Existem alguns estados que, por divergências ideológicas ou políticas, não tem contato nenhum do Executivo com o Senado. Isso é um suicídio para própria Federação. O senado é único local onde existe efetivo equilíbrio entre os estados, de representação dos estados, quer seja no projetado Estado de São Paulo ou no Amazonas”.

Carlos Almeida falou sobre isso ontem em entrevista que concedeu ao BNC AMAZONAS.

Principal responsável pela abertura do governo Wilson Lima a forças que fizeram parte da hegemonia política que comandou o Estado por cerca de 40 anos, o vice-governador defendeu a aproximação.

“O novo que aconteceu em outros estados mostrou que fazer política virado de costas para toda os demais cenários tem implicado em isolamento, exemplo no que acontece em outros estados”.

Ele explica que essas forças políticas ainda continuam em postos de poder e que continuarão em outros momentos.

“Existem situações que acontecem no Estado do Amazonas que já passaram pelas mãos de desses que estamos fazendo contato hoje, lógico que sim, mas nós estamos um estado sabendo dos desafios. Agora, esses atores ainda estão no momento e estarão em vários outros momentos”.

Para ele, o conceito de novo introduzido pelo governo Wilson foi o de humildade em ouvir com caraterística de ter força de vontade para fazer mudanças estruturais.

“Eu acho que o novo não é o novo em idade. O novo é o novo em prática. A principal prática que nós trazemos como novo de termos humildade suficiente para ouvir. Essa é uma característica do Wilson. Essa é uma característica que toda a nossa equipe tentar adotar. Nós temos força de vontade para poder mudar questões estruturais”.

2020, não; 2022, sim

Nessa entrevista, o vice-governador Carlos Almeida voltou a descartar a hipótese de se candidatar a prefeito de Manaus este ano, embora seja considerado opção de seu grupo para a disputa.

Ele, porém, mostra se movimentar mirando 2022, novamente ao lado do governador Wilson Lima (PSC).

“Se for para pensar em política, vamos pensar em 2022 junto com o governador”.

“Eu não sou candidato (a prefeito), eu sou vice-governador, sou vice-governador ao lado do Wilson até o final do mandato, a não ser que ele não queira, mas eu vou ficar trabalhando com ele”, disse ao ser perguntado sobre o assunto.

Afinidade com o governador

Na entrevista, o vice-governador mostrou alinhamento, afinidade e sintonia com o governador, a quem chamou de sensacional.

Há um ano, por causa de seu temperamento, Carlos Almeida era considerado dúvida se demoraria mais de três meses no governo. Sobre isso comentou:

“Tanto eu quanto o Wilson temos uma relação que nos permite fazer a discussão a respeito de políticas públicas, mantendo o bom humor e a amizade necessária. O Wilson é uma pessoa sensacional que tem todas as características de um bom governante. Para começar, o Wilson é simples. A simplicidade que você ver, ele a simples no trato. Temos diferenças no gênio e no trato”.

Relação entre Executivo Legislativo

Questionado sobre o relacionamento Executivo e Legislativo, ele respondeu:

“O Legislativo é uma plêiade. Ele é comporta de diversos parlamentares, cada um com o mesmo grau de relevância e atribuições. Existem diferenças em relação a suas próprias comissões e posições na mesa. No frigir dos ovos, qualquer manifestação de qualquer um dos deputados tem a mesma força e isso tem se demonstrado ao longo desse ano de 2019”.

Abordado sobre o presidente da Casa, deputado Josué Neto (PSD), que tem feito críticas ao governo, Carlos Almeida retrucou supondo tratar-se de um caso anormal:

“O próprio processo político e dinâmico. Essa dinamicidade do processo político faz com que volta meia haja diferenciações ou, às vezes, como é o caso pode ser estiolamento (desenvolvimento anormal)”.

Carlos Almeida também falou sobre temas da gestão do governo do Estado. Assista a entrevista na íntegra.

 

Foto: Reprodução/Facebook/BNC AMAZONAS