No Amazonas, bolsonaristas calam sobre mensagens de Malafaia e Bolsonaros 

Como diz o amazonense, a direita "comeu abiu". Nem Wilson Lima, Alberto Neto, Maria do Carmo

Neuton Corrêa, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 21/08/2025 às 11:37 | Atualizado em: 21/08/2025 às 11:37

A direita do Amazonas, a moderada e a radical, literalmente, “comeu abiu” acerca das trocas de mensagens com xingamentos entre o religioso Silas Malafaia, o Bolsonaro pai e o filho Eduardo, encontradas no celular do que se diz líder dos evangélicos que foi apreendido pela Polícia Federal neste dia 20 de agosto.

Mais de 12 horas após a publicação das conversas, que sugerem crise na cúpula da direita do país, os bolsonaristas do Amazonas seguiam mudos. O comportamento desse campo é atípico. Geralmente, foge do roteiro habitual para apoiar, elogiar e defender Bolsonaro.

Porém, agora, seus grandes aliados no estado, todos, se mostram, até aqui, sem palavras e ânimo para defendê-lo, tamanha a contradição dos seus líderes ante às ideias que foram expostas publicamente.

Os áudios das conversas são bastante reveladores da escandalosa trama armada por Malafaia, Bolsonaro e Eduardo que resultaram no ataque dos Estados Unidos de Trump à economia e à população do Brasil.

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Da euforia ao abatimento

Por exemplo, o deputado federal Alberto Neto, até as primeiras horas da manhã, pelo menos, não havia postado nada sobre o assunto. 

No mais recente post de seu Instagram sobre direita x esquerda, ele comemora a vitória da oposição na CPI do INSS. 

A empresária Maria do Carmo, pré-candidata do PL a governadora do Amazonas, com as bênçãos de Bolsonaro, também silencia nas redes sociais. 

O deputado estadual Péricles e o vereador Carpê, ambos do PL e oriundos das polícias do estado, também ficaram sem reação.

O governador Wilson Lima (União Brasil), que estreitou laços com o bolsonarismo e Bolsonaro, também nada comentou. Portanto, um comportamento bem diferente dos últimos movimentos que fez quando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou a prisão domiciliar do réu no processo de golpe contra o país.

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Malafaia, o dono de Bolsonaro 

As conversas entre Malafaia e Bolsonaro revelam que, desde a campanha de 2018, quando a direita venceu a eleição no Brasil, o religioso já tinha forte ascendência sobre Bolsonaro. 

No conjunto das mensagens, não é forçoso dizer que Malafaia é o dono de Bolsonaro, tratando-o com inferioridade e xingamentos.

No filme “Apocalipse nos trópicos” há uma cena em que Malafaia desqualifica, inferioriza o recém-eleito presidente da República e mostra seu poder sobre ele.

Nos fatos recentes, que aparecem nas trocas de mensagens reveladas pela polícia, como o tarifaço de Trump, Malafaia diz a Bolsonaro, sem nenhuma reserva, que seu filho Eduardo é “babaca, idiota e estúpido de marca maior”.

E Bolsonaro também se calou, reconhecendo sua vassalagem diante de Malafaia.

Fotos: divulgação/Diego Peres/Vinicius Loures