Nayara Maksoud chega a 100 dias à frente da saúde do Amazonas

Estrategista em regulação médica, a enfermeira Nayara Maksoud completa neste dia 11 de julho seus primeiros 100 dias à frente do sistema de saúde do Amazonas como titular da SES (Secretaria de Saúde).

Ela chega à marca com o desafio de transformar a habilidade que desenvolveu no serviço público em melhoria do setor no interior do Amazonas.

Por isso, nesses três meses que está no comando da SES, Nayara estabeleceu uma meta: fortalecer a saúde no interior do Amazonas pela gestão. No caso, pela regulamentação do sistema, de onde é egressa.

“Essa é uma orientação que recebi do governador Wilson Lima e que, com minha equipe, tenho buscado desenvolver”.

O projeto começou pela divisa do Amazonas com o Pará, ao criar a Gerência Estadual de Saúde do Baixo Amazonas.

A sede dessa regional é o município de Parintins e o modelo adotado será seguido em outras regiões de difícil ligação com a capital: Tabatinga e Tefé, no alto e médio rio Solimões. Dessas cidades serão assistidos moradores de cinco municípios vizinhos.

Conforme Nayara, essa é uma iniciativa inovadora que faz parte do programa Saúde Amazonas, pelo qual o governo amplia os atendimentos e fortalece o setor em todo o estado.

As gerências por calhas de rios, de acordo com a secretária, vão descentralizar as ações. Dessa forma, permitirão planejamento voltado à assistência e vigilância conforme a realidade de cada região.

A Gerência do Baixo Amazonas é composta por enfermeiros, médicos, servidores administrativos e profissionais da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS).

O local conta uma estrutura de monitoramento dos principais indicadores da região – doenças e agravos, para produção de informe epidemiológico.

“Essas informações vão subsidiar estratégias para promoção, prevenção e contenção de possíveis surtos e epidemias naquela região”, disse a secretária.

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Experiência

Com a experiência de ter coordenado o complexo regulador do Amazonas, como quem vê o jogo em um tabuleiro, Nayara aposta que, se o estado resolver os problemas no interior, evitará a superlotação de leitos em Manaus.

Por exemplo, cita casos de cirurgias ortopédicas de pequenas e médias complexidades que são encaminhados para Manaus quando poderiam ser resolvidas no próprio município.

Ademais, Nayara percebeu também que hospitais e prontos-socorros da rede estadual, na capital, acabam absorvendo grande número de pacientes que deveriam estar sendo atendidos nas UBS.

Neste primeiro semestre, segundo a secretária, os prontos-socorros realizaram 260.264 atendimentos. Dos 111.022 atendimentos infantis, 69.769 mil foram classificados como casos de baixa complexidade. Mais de 62%.

Nos prontos-socorros adultos, dos 149.242 mil atendimentos, 46.564 foram classificados como de baixa complexidade, ou seja, 31%.

Carreta da saúde

Outra solução que Nayara implementou na SES, a partir da visão reguladora, está na Carreta da Saúde. Assim como nas gerências regionais, essa ferramenta se interioriza.

Quando começaram a funcionar, em dezembro de 2023, essas unidades móveis cobriam apenas Manaus. Até abril, esses veículos montados com médicos, enfermeiros, técnicos e equipamentos para realização de exames de ultrassonografia e mamografia atenderam mais de 5 mil pessoas na capital.

Com a demanda reprimida de Manaus atendida, Nayara deslocou os veículos para o interior. No caso, imediatamente para cidades da região metropolitana de Manaus. Começou por Manacapuru, Novo Airão e Rio Preto da Eva. Agora, está em Iranduba e uma delas vai para Parintins.

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Alta oportuna

Outra ação de gestão que marca o início do trabalho de Nayara na SES é a internação de crianças.

Nesse sentido, ela criou a ação “Alta Oportuna”, para desafogar a rede oferecendo condições para que as crianças possam seguir o tratamento em casa.

Para isso, o estado oferece os medicamentos e o retorno médico assegurado. Entre maio e julho, 5 mil crianças tiveram essa experiência, com nível perto do zero de recaída.

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Cirurgias nos fins semana

Com seu toque pessoal de gestão, Nayara criou solução para um velho problema no estado: cirurgias ortopédicas.

Para tanto, a SES intensificou a oferta de procedimentos, com uma programação especial executada aos finais de semana. Somente de maio a junho foram atendidos 360 pacientes, fora as cirurgias realizadas regularmente durante a semana.

Essa alta demanda por cirurgias ortopédicas, conforme a SES, é resultado do aumento de acidentes de trânsito, que cresceram 12% de janeiro a abril de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023.

Outras ações de 100 dias

• Transplante de rim de doador falecido – o procedimento, realizado de forma pioneira na rede estadual de saúde, é considerado um marco para o estado;
• Instalação de mais três tomógrafos – Francisca Mendes, João Lúcio e Joãozinho;
• Reformas e revitalização das unidades de saúde, em todas as zonas da cidade, que estão sendo executadas com a parceria da Unidade Gestora de Projetos Especiais (UGPE) – são exemplos as que estão ocorrendo nos hospitais e prontos-socorros 28 de Agosto e João Lúcio, hospital Francisca Mendes, Centro de Atenção à Melhor Idade (Caimi) Paulo Lima, Centro de Saúde Mental, Serviços de Pronto-Atendimento (SPA) Joventina Dias, Eliameme Mady e São Raimundo, hospital Geraldo da Rocha e maternidade Dr. Antenor Barbosa.
• Conclusão de reforma do centro cirúrgico da Fundação Alfredo da Matta, estacionamento do Instituto da Mulher Dona Lindu, Policlínica Antônio Aleixo, SPA Coroado e Alvorada e maternidade Azilda Marreiro.
• A ser entregue neste ano o Centro Avançado de Prevenção do Câncer do Colo do Útero (Cepcolu), anexo à Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon).

Foto: Secom/divulgação