‘Não há outra saída senão a prisão’, diz Lula em nova entrevista  

Para Lula, ao buscar anistia, Bolsonaro estaria implicitamente admitindo culpa.

Lula

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas 

Publicado em: 20/02/2025 às 15:34 | Atualizado em: 20/02/2025 às 15:34

Nesta quinta-feira (20), em entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva intensificou suas críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. A reação ocorreu após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia acusando Bolsonaro de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.

Lula afirmou que a justiça deve prender Bolsonaro e seus colaboradores caso as acusações se confirmem.

“Se as acusações forem confirmadas, não há outra saída senão a prisão para ele e para todos os envolvidos”, declarou Lula durante a entrevista à Rádio Tupi. O presidente enfatizou que os acusados terão direito à defesa, mas ressaltou a gravidade das alegações.

A denúncia da PGR, apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF), envolve Bolsonaro e outras 33 pessoas, incluindo figuras de destaque das Forças Armadas, como o general da reserva e ex-ministro Walter Braga Netto, que atualmente se encontra detido.

O documento alega que Bolsonaro liderou uma “organização criminosa” com o objetivo de subverter a democracia brasileira após sua derrota nas eleições de 2022.

Lula também criticou Bolsonaro e seus aliados por promoverem um projeto de lei que busca anistiar os envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília.

Culpa

Para Lula, ao buscar anistia, Bolsonaro estaria implicitamente admitindo culpa.

“Quando o ex-presidente pede anistia, ele está praticamente dizendo: ‘Pessoal, sou culpado. Tentei elaborar um plano para eliminar o Lula, o Alckmin, o Alexandre de Moraes, mas não deu certo'”, afirmou Lula, referindo-se aos supostos planos de assassinato mencionados na denúncia da PGR.

O presidente reconheceu o direito dos acusados à defesa, mas afirmou que a justiça deve prevalecer caso as acusações se confirmem. “Neste país, a lei é para todos. Se você cometeu o crime do qual está sendo acusado, será preso. É isso que ele [Bolsonaro] precisa ouvir todos os dias”, concluiu Lula.

A denúncia da PGR representa um desdobramento significativo no cenário político brasileiro, colocando em evidência as ações do ex-presidente e de seus aliados no período pós-eleitoral de 2022. O STF avaliará a admissibilidade da denúncia, o que poderá resultar em processos judiciais para os envolvidos.

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Foto: Agência Brasil

Montagem: Bruna Lira