Produção de motos na ZFM cresce 10% no primeiro trimestre
A produção de motos na Zona Franca de Manaus aumentou 10% no primeiro trimestre, registrando o melhor desempenho em 13 anos

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 13/04/2024 às 18:10 | Atualizado em: 15/04/2024 às 11:22
A produção de motocicletas do polo industrial de Manaus registrou alta de 10,3% no primeiro trimestre de 2024 na comparação com o mesmo período do ano passado.
No segmento bicicleta, a previsão para este ano é produzir 360 mil unidades. Dessa projeção, 86 mil bikes já foram produzidas no primeiro trimestre do ano.
De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira (10) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), foram 438.038 motos que saíram das fábricas instaladas no polo industrial de Manaus nesses três primeiros meses do ano.
Sendo esse, portanto, o melhor desempenho alcançado pelo setor para o primeiro trimestre do ano desde 2012.
Já o resultado mensal também foi positivo. Em março, foram produzidas 156.322 motocicletas, volume 11,3% superior na comparação com fevereiro e 2,5% maior ao registrado no mesmo mês de 2023.
Para o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, os números comprovam o esforço das fabricantes em manter a curva de produção ascendente.
Leia mais
Produção industrial do AM salta mais de 17% em fevereiro
“A tendência é que esse ritmo seja mantido ao longo do ano, pois a procura pela motocicleta como solução de mobilidade ou para o trabalho segue em alta, mantendo o mercado aquecido”, afirma.

Vendas no varejo
De janeiro a março, os licenciamentos de motos totalizaram 432.402 unidades, uma alta de 21,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Abraciclo, assim como a produção, esse foi o melhor volume de emplacamentos em 13 anos.
No terceiro mês do ano, 152.719 motocicletas foram vendidas no varejo, o que corresponde a um crescimento de 4,6% na comparação com março de 2023 e de 12% em relação a fevereiro.
Modelos
A Street foi a categoria mais licenciada. Em segundo lugar, ficou Motoneta, seguida bem de perto pela Trail.
A média diária de vendas em março, que teve 20 dias úteis, foi de 7.636 unidades.
Com 125.825 motocicletas emplacadas de janeiro a março, os modelos de baixa cilindrada tiveram 82,4% de participação no mercado. Já os modelos de média cilindrada representaram 15,1% do volume total, enquanto os de alta cilindrada, 2,5%.
Avaliação

“Esses dados positivos decorrem do fato de que nós tivemos um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), uma desaceleração da inflação e uma queda do desemprego, fatores esses que têm colaborado com o crescimento do mercado de motocicleta. Mas, existe ainda uma continuidade da demanda por mobilidade, logística, com destaque especialmente no delivery”, avalia o presidente da Abraciclo.
Dessa forma, esses dados, fazem com que o potencial seja de crescimento e aumento da produção seja positivo. Ele destaca também as vendas financiadas, que durante o ano de 2023, se comparado com 2022 cresceram de 34% para 37% e também a modalidade consórcio, que cresceu de 30% para 35%
Bicicletas
No segmento bicicleta, a previsão da Abraciclo para 2024 é produzir 360 mil unidades. Dessa projeção, 86 mil bikes já foram produzidas no primeiro trimestre do ano.
“Então, nós estamos no caminho de alcançar aquilo que projetamos para o ano de 2024. Gostaria de reforçar também que a categoria de mountain bike é a principal do setor, que continua com relevância como em anos anteriores. É seguida pela bicicleta urbana e infanto-juvenil”, explica o
Fernando Rocha, vice-presidente do setor de bicicletas da Abraciclo.
Elétrica
Rocha chama atenção também para a bicicleta elétrica que, dentro das categorias, era a última em termo termos de participação. Mas, agora, nesse trimestre, ganhou dois pontos percentuais e continua sua escalada de crescimento.
O vice-presidente da Abraciclco mostra a evolução:
“Lá, em 2018, eram menos de 1.000 bicicletas sendo produzidas. Agora, a projeção para 2024 já são 12.500. Desse total, 3.600 foram produzidas no primeiro trimestre e distribuídas em todo o Brasil”.
A região sudeste tem a maior participação no segmento, depois, vem o Sul e Nordeste. Já no Norte e Centro-Oeste a distribuição e venda de bicicletas são mais lineares
Seca 2024
Questionado sobre como as indústrias do polo de duas rodas da ZFM estão se preparando para a seca deste ano e quais os planos de contingência para não comprometer a cadeia de abastecimento, o presidente da Abraciclo, Marcos Bento, reiterou que o ano de 2023 foi dramático para a região, pois, tanto a indústria como toda a população do Amazonas sofreram com a seca histórica extrema.
“O nosso segmento de duas rodas sofreu com algumas paralisações de fábricas e principalmente impactos com aumento elevado do custo do transporte do frete tanto na subida quanto na descida de materiais. Então a gente tem acompanhado com a ansiedade esse movimento”, declarou.
Ao demonstrar ciência do problema virá, Bento disse que os dados que têm visto mostram o nível do rio continua abaixo, se comparada a mesma época do ano anterior.
Providências
Por conta disso, o presidente a Abraciclo destacou os esforços dos governos federal e estadual, que foram tomadas no ano passado, assim como a movimentação para as mesmas providências em 2024 principalmente em relação à dragagem dos rios.
Foto: divulgação Abraciclo