Lula e Bolsonaro unem partidos no TRE pela cassação de Moro
As investigações tramitarão em conjunto e incluem diligências e depoimentos de testemunhas.

Diamantino Junior
Publicado em: 13/06/2023 às 17:36 | Atualizado em: 13/06/2023 às 17:36
O desembargador Mário Helton Jorge, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, emitiu uma decisão unindo as ações movidas pelo PT, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo PL, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que buscam a cassação do mandato do senador Sérgio Moro, do partido União Brasil.
O magistrado considerou que há uma “conexão” entre as acusações das legendas contra o ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça, incluindo suposto abuso de poder econômico e caixa 2.
A informação é de Pepita Ortega, do Estadão Conteúdo, e publicada no portal UOL.
Com essa decisão assinada hoje, as ações serão tratadas em conjunto, seguindo o parecer do Ministério Público Eleitoral. Os processos também envolvem os suplentes de Moro, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra. A defesa da chapa nega todas as acusações.
No despacho, o desembargador Mário Helton Jorge organizou e deu andamento aos processos, determinando diligências. As provas coletadas em cada uma das investigações podem ser compartilhadas. Atendendo aos pedidos do PL e do PT, Mário Helton Jorge requisitou informações sobre Moro aos diretórios nacional e paranaense do Podemos e do União Brasil.
O desembargador eleitoral já indicou que, após a reunião desses documentos, serão tomadas providências para o depoimento em juízo das testemunhas listadas pelo PL e pelo PT, bem como as indicadas pela defesa do senador.
Até o momento, os advogados de Moro mencionaram apenas uma testemunha em ambas as ações: o ex-deputado Deltan Dallagnol, que foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por suposta “fraude à Lei da Ficha Limpa” para poder se candidatar nas eleições de 2022.
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O desembargador proferiu despacho nas ações impetradas contra Moro uma semana após a Câmara confirmar a cassação do ex-procurador que liderou a força-tarefa da Lava Jato no Paraná. A cassação de Deltan gerou especulações em Brasília sobre o risco de o ex-juiz também perder o mandato.
Mário Jorge negou os pedidos de diligências dos partidos de Lula e Bolsonaro, incluindo a expedição de mandado de busca e apreensão contra Moro, assim como a apreensão do celular do parlamentar e a quebra de seus sigilos telemático, bancário e fiscal.
Durante o processo eleitoral de 2022, a Justiça Eleitoral chegou a determinar uma busca no apartamento do ex-juiz para apreender material de campanha, já que o imóvel foi listado como comitê eleitoral.
No processo em tramitação no TRE, o PL alega que a pré-campanha de Moro foi “irregular” e causou um “desequilíbrio eleitoral”, desde o momento em que o senador divulgou sua filiação ao Podemos e sua pré-candidatura à presidência da República, até sua eleição pelo União Brasil ao Senado pelo Paraná.
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado