Militares prendem advogado por usar celular em quartel da Marinha
OAB/Rio afirmou que episódio remeteu à ditadura militar e teve “atos de tortura, abuso de autoridade, extrema ilegalidade”

Mariane Veiga
Publicado em: 16/01/2025 às 21:33 | Atualizado em: 16/01/2025 às 21:41
A prisão do advogado Adriano Carvalho da Rocha, ocorrida no 1º Distrito Naval da Marinha, no Rio de Janeiro, gerou controvérsias sobre uma norma que proíbe o uso de celular para filmagens em ambientes militares sem autorização.
Rocha, que é advogado e cabo reformado da Marinha, estava no local para protocolar um documento quando entrou em conflito com militares.
Após ter um pedido de audiência negado, ele começou a filmar a si mesmo e o ambiente, o que levou à sua prisão sob acusação de desobedecer uma ordem militar.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio de Janeiro criticou a prisão e classificou a ação como “abuso de autoridade”.
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Segundo nota da entidade, o episódio remeteu à ditadura militar, com “atos de tortura, abuso de autoridade, extrema ilegalidade”.
A Marinha, por sua vez, negou irregularidades e destacou que os procedimentos seguiram a legislação e não houve violação das prerrogativas do advogado.
A OAB também questionou a restrição ao uso de celulares, que consideram uma ferramenta essencial de trabalho para a defesa de direitos.
Com isso, o Ministério Público Militar deve avaliar se apresentará denúncia sobre o caso, enquanto militares reclamam que o advogado tem gerado desconforto ao publicar vídeos com críticas direcionadas a eles nas redes sociais.
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Foto: reprodução/ Poder Naval