Mercado sustentável: Amazonas quer parceria com projeto do rei Charles

Wilson Lima tratou em Londres com diretores do Sustainable Markets e do Jardim Botânico Real

Mariane Veiga

Publicado em: 12/02/2024 às 21:10 | Atualizado em: 12/02/2024 às 22:16

O governador do Amazonas, Wilson Lima, teve encontro em Londres nesta segunda (12) com diretores do Iniciativa de Mercados Sustentáveis (Sustainable Markets Initiative), projeto criado pelo então príncipe em 2020 e hoje rei Charles III. 

Conforme Lima, o objetivo é buscar parcerias para projetos de natureza sustentável já realizados no Amazonas.

Entre eles, o governador citou os programas de sustentabilidade do Amazonas desenvolve, como o Guardiões da Floresta, Escola da Floresta, o Água Boa  e o Fundo Amazonas 2030.

Ao apresentar o Iniciativa de Mercados Sustentáveis a líderes políticos e empresariais no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, em 2020, a pretensão foi de mostrar ao mercado privado soluções que colaborem para a transição para um futuro mais sustentável.

De acordo com Lima, a entidade tem conexão com outras empresas com poder decisório e preocupadas com a sustentabilidade. 

“Vamos ter depois reuniões com técnicos dessa instituição para entender quais modelos a gente pode aplicar no Amazonas, como a gente pode direcionar investimentos e, também, parcerias nessa área de sustentabilidade”.

Leia mais

Manaus estreia filme sobre manejo sustentável do pirarucu no AM

Parceria com UEA

Lima visitou o Royal Botanical Garden Kew (RBG Kew), um dos mais antigos jardins do mundo, com mais de 260 anos, considerado pela Unesco como patrimônio da humanidade e que reúne milhões de espécies da flora mundial, incluindo do Brasil e da própria Amazônia.

O lugar é dirigido pelo brasileiro Alexandre Antonelli, que assumiu, em 2019, como diretor de ciência e coordena pesquisas e estudos com as mais variadas espécies de vegetais.

Como resultado do encontro, o Governo do Amazonas e o RBG podem firmar acordo para produção de um currículo a ser usado nas Escolas da Floresta. Com isso, aumentar a capacidade de pesquisa em taxonomia (área da biologia responsável por identificar, nomear e classificar os seres vivos), em conjunto com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Outras iniciativas, como a promoção de parcerias de pesquisa entre a RBG Kew e instituições de pesquisa no Amazonas; e apoio ao fomento à pesquisa e ao desenvolvimento para a bioeconomia no estado também deverão constar nesse entendimento.

Leia mais

Projeto quer pirarucu da Amazônia inserido no mercado internacional

AmazonFace

Presente nessa agenda na Inglaterra esteve William Milliken, um dos pesquisadores do AmazonFace, o principal projeto de cooperação científica entre Reino Unido e Brasil. 

Por meio do AmazonFace, cientistas buscam entender como o aumento de CO2 na atmosfera afeta a floresta e a biodiversidade amazônicas.

O AmazonFace é coordenado por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e com sede em Manaus, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em cooperação internacional com o governo britânico e implementado pelo Met Office – o serviço de meteorologia britânico. 

A estação experimental do AmazonFace fica em área de pesquisa do Inpa, a cerca de 80 quilômetros de Manaus.

Foto: Maurílio Rodrigues/Secom