Marina defende prosperidade, mas com floresta em pé e compromisso ambiental

Ministra destacou que o Brasil pode e deve crescer economicamente sem abdicar da proteção dos biomas

Mariane Veiga

Publicado em: 05/06/2025 às 19:20 | Atualizado em: 05/06/2025 às 19:43

Em pronunciamento em rede nacional nesta quarta-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a ministra Marina Silva reafirmou o compromisso do governo federal com a preservação da natureza e a promoção do desenvolvimento sustentável.

Ao lado do presidente Lula da Silva, Marina destacou que o Brasil pode e deve crescer economicamente sem abrir mão da proteção dos biomas e da justiça social.

“A preservação do meio ambiente é a preservação da vida”, afirmou a ministra.

Para ela, é possível ampliar o acesso à infraestrutura e melhorar a vida da população com responsabilidade ambiental, regenerando áreas degradadas e impulsionando uma nova fase de prosperidade com a floresta em pé.

Durante o pronunciamento, Marina alertou para os riscos das mudanças climáticas causadas pela degradação ambiental e pelo uso excessivo de combustíveis fósseis.

“Ondas de calor, inundações, secas e incêndios já afetam milhões de pessoas no Brasil e no mundo”, disse, chamando atenção para a urgência de ações concretas.

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Segundo a ministra, o Brasil tem mostrado resultados consistentes.

Nos dois primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia caiu quase pela metade, graças ao fortalecimento da fiscalização ambiental e à atuação conjunta de órgãos como Ibama, ICMBio, Polícia Federal, além de estados, municípios e comunidades locais.

Marina também ressaltou a importância do Plano Clima, do aumento de doações ao Fundo Amazônia e dos investimentos no Fundo Clima, apontando esses instrumentos como pilares da transição ecológica e energética do país.

A ministra defendeu o aprimoramento da legislação ambiental brasileira, considerada uma das mais avançadas do mundo, e criticou tentativas de flexibilização que, segundo ela, ameaçam décadas de conquistas da sociedade.

“É possível sim promover o desenvolvimento com justiça social e ambiental, investindo em energias limpas, no uso responsável da água e do solo, e valorizando os saberes dos povos indígenas e comunidades tradicionais”.

O Brasil se prepara agora para sediar, em novembro, a 30ª Conferência das Partes da Convenção do Clima da ONU (COP-30), em Belém (PA).

Para Marina, o evento será uma oportunidade para o país liderar, pelo exemplo, o chamado global por ações concretas diante da crise climática.

Leia o comunicado na íntegra

Boa noite

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, reafirmo, em nome do governo do presidente Lula, o nosso compromisso com a defesa da vida. Esta data, criada pelas Nações Unidas há mais de cinquenta anos, busca mobilizar a humanidade para a preservação da natureza e da vida em nosso planeta.

Vivemos tempos em que as mudanças climáticas, provocadas pela degradação do meio ambiente e pelo consumo excessivo de combustíveis fósseis, ameaçam profundamente o nosso futuro. O aumento das secas, inundações, ondas de calor e incêndios coloca em risco a alimentação, a saúde, a moradia de milhões de pessoas, em nosso país e em todo o mundo.

Diante desse cenário, o governo brasileiro tem atuado com firmeza, orientado pela ciência, pela justiça social e por investimentos consistentes em políticas públicas ambientais.

Nos primeiros dois anos do governo do presidente Lula, conseguimos reduzir quase pela metade o desmatamento na Amazônia e em 32% em todo o país. Isso só foi possível com o fortalecimento da fiscalização e do combate aos crimes ambientais pelo IBAMA, o ICMBIO e a Polícia Federal, com ministérios, governos estaduais, prefeituras e comunidades locais jogando juntos.

Também retomamos a criação de reservas ambientais e a demarcação de terras indígenas e quilombolas, territórios vitais para a proteção da nossa natureza e da nossa diversidade.

Estamos colocando em prática o Plano Clima, com metas claras e compromissos ambiciosos contra o aquecimento global.

O acerto e a credibilidade dessas ações permitiram uma grande ampliação das doações internacionais para o Fundo Amazônia e novos investimentos no Fundo Clima, fazendo dele uma das principais fontes de recursos para apoiar a transição ecológica.

Mas sabemos que ainda falta muito a fazer.

Precisamos aprimorar nossas políticas públicas e nossa legislação ambiental, mas sem permitir retrocessos que ponham a perder um esforço de décadas da sociedade brasileira, que pode se orgulhar de ter uma das mais completas e bem avaliadas leis ambientais do mundo.

Não podemos permitir que, em nome da agilização das licenças ambientais, seja desferido um golpe mortal em nossa legislação, justamente quando o desequilíbrio ecológico, que está acelerando as mudanças climáticas, nos cobra mais responsabilidade.

É possível promover o desenvolvimento sustentável com justiça social e ambiental; ampliar o acesso à infraestrutura protegendo o meio ambiente; melhorar a vida das populações mais vulneráveis com responsabilidade; recuperar áreas degradadas com a regeneração de nossos biomas; e impulsionar um novo ciclo de prosperidade mantendo a floresta em pé, investindo em energias limpas e no uso responsável da água e do solo.

Nosso país tem tudo para liderar esse processo pelo exemplo, pautado no diálogo, na ciência e nos saberes milenares de nossos povos indígenas e comunidades tradicionais, comprometido com as gerações de hoje e de amanhã.

Liderar pelo exemplo, aliás, é o que todos esperam do Brasil, que se prepara para receber em novembro o maior evento de meio ambiente do mundo, a COP-30, em Belém do Pará. Será a COP do chamamento de um grande mutirão para que o mundo se una no esforço coletivo pela implementação dos compromissos até aqui firmados na Convenção do Clima.

Neste 5 de junho, renovamos nosso chamado à ação. Preservar o meio ambiente é preservar a vida. Este é um dever de todos: governos, empresas, comunidades e cidadãos.

Nosso tempo é agora. Muito obrigada.

Foto: reprodução/vídeo