Marina associa BR-319 à licença do petróleo na foz do Amazonas
Ministra acredita que as duas obras precisam de “uma avaliação ambiental estratégica”

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 24/05/2023 às 20:00 | Atualizado em: 24/05/2023 às 20:42
A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, colou o licenciamento para asfaltar o trecho do meio da BR-319 no mesmo nível de dificuldade da permissão para exploração do petróleo na foz do rio Amazonas.
Nesta quarta-feira (24), durante audiência na Comissão de Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos Deputados, a ministra disse que as duas obras precisam de “uma avaliação ambiental estratégica”.
“Agora mesmo fomos numa reunião de governo [debater] nessa polêmica sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas. E o governo tomou a decisão de que projetos de altíssimos impactos ambientais terão que ser vistos ou olhados para a bacia hidrográfica ou para área de abrangência do empreendimento a partir da avaliação ambiental estratégica”, disse.
A ministra afirmou que é o caso do trecho do meio da BR-319, que é localizado entre os quilômetros 250 e 655,7.
“Com certeza, o trecho, que é o miolo das duas pontas do Amazonas e Rondônia, precisa de uma avaliação ambiental estratégica”, disse, em resposta ao deputado Amom Mandel (Cidadania-AM).
Para o parlamentar, a ministra tratou o assunto com ironia e não garantiu planos para o avanço das obras na rodovia.
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Ironia
Marina teve a preocupação de explicar por que usou a frase “eu não tenho o costume de ser irônica”. Disse que, sempre que chegava ao Amazonas, o primeiro questionamento que lhe faziam era sobre a BR.
“Eu sempre dava a mesma resposta: se comprovada a viabilidade economia, ambiental, social e cultural. É assim que se faz o processo de licenciamento num empreendimento”.
Conforme Marina, seu nome virou lenda sobre a BR-319 não sair da lama.
“Mas, por que que estou dizendo ser irônica? Eu saí do governo em junho de 2008, quando todo mundo falava e decantava a estrada. E virou uma lenda de que era a ministra Marina Silva que não deixa fazer a estrada, o problema era a ministra Marina”.
De acordo com a ministra, a pavimentação da rodovia não se trata de um empreendimento fácil, pois precisa passar por avaliação técnica do Ibama e sem “pressão de A ou B”.
“E respeitada a sua posição técnica pelo presidente do Ibama e pela ministra”, disse ela, olhando para Rodrigo Agostinho, presidente do órgão.
Vejo vídeo com trecho da fala da ministra sobre a BR-319:
Foto: Lula Marques/Agência Brasil