Manifestantes protestam contra anistia a Bolsonaro e seus golpistas na Câmara

Enquanto parlamentares bolsonaristas ocupavam o plenário da Câmara dos Deputados para impedir o andamento das sessões, manifestantes se reuniram nesta quarta-feira (6 de agosto) em frente ao anexo do Legislativo, em Brasília, para protestar contra a tentativa de anistia aos envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Com cartazes estampando frases como “Golpistas na cadeia, anistia não”, “Deputados canalhas” e “Corja paga pelo povo”, o grupo denunciou o comportamento da oposição, que tenta transformar em pauta legislativa a revogação de punições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a organizadores e financiadores do ataque às instituições democráticas.

A manifestação, registrada pelo fotógrafo Valter Campanato, da Agência Brasil, ocorreu diante do anexo da Câmara e reuniu cidadãos que empunhavam bandeiras do PT e da Palestina, em um protesto pacífico e simbólico contra o avanço de projetos que colocam em risco a responsabilização por crimes contra o Estado Democrático de Direito.

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Desgaste institucional

Ao longo do dia, deputados da extrema direita mantiveram a ocupação da mesa diretora da Câmara em obstrução ao funcionamento da casa.

O ato foi interpretado por parlamentares governistas como uma tentativa desesperada de criar tumulto institucional e sustentar a narrativa de perseguição a Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar por desrespeitar medidas judiciais e interferir em investigações.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a ação dos colegas oposicionistas e reafirmou que manifestações devem respeitar o regimento da casa.

Após horas de obstrução, a sessão legislativa foi aberta já na noite de quarta-feira, por volta das 22h30.

“Anistia não”, a palavra de ordem

Do lado de fora, o clamor popular reforçou o coro contra qualquer tentativa de apagar os crimes de 8 de Janeiro.

A expressão “Anistia não” ganhou destaque nas faixas, relembrando o histórico apelo da sociedade civil para que não se repita o erro de anistiar golpistas, como ocorreu no período da ditadura militar.

A mobilização popular, ainda que pontual, demonstra que parte da sociedade segue vigilante quanto à atuação do Congresso em temas que envolvem a preservação da democracia e o respeito às decisões do Judiciário.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil