Manaus e São Paulo dão o grau de polarização política no país

Nas duas cidades industriais, direita e esquerda montam chapa 'puro sangue' para confronto municipal, visando a sucessão de 2026

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Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 11/01/2024 às 05:10 | Atualizado em: 11/01/2024 às 21:35

Dois movimentos que ocorreram esta semana em duas capitais brasileiras mostram que a polarização política direita X esquerda, exposta desde 2018, está longe do fim.

Ao contrário, as peças do tabuleiro andaram no sentido de acirrar ainda mais a disputa de poder entre as duas correntes ideólogicas.

E mais: por trás desses movimentos estão os dois atores políticos que protagonizam o embate, o atual presidente, Lula da Silva (PT), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Veja-se a razão dos sinais dessa polarização para 2024, mirando 2026.

São Paulo

Na segunda-feira, 8, Lula conversou com a agora ex-secretária de Relações Institucionais de São Marta Suplicy.

A conversa tirou-a da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tenta ser o candidato de Bolsonaro na maior cidade do país.

Ela não só saiu da gestão do possível candidato da direita em São Paulo, mas, também, foi anunciada para ser a vice de Guilherme Boulos (Psol) na campanha pela prefeitura paulistana.

Além disso, há outro sinal do acirramento político. Na conversa com o presidente, Marta foi convidada por Lula a retornar ao PT. Dessa forma, deixaria o MDB, partido de centro.

Manaus

Na capital do Amazonas, o sinal de polarização direita X esquerda saiu do PL, partido de Bolsonaro.

Foi na terça-feira, 9, numa conversa entre o Capitão Alberto Neto e o Coronel Alfredo Menezes, que andavam se batendo para ser o candidato da sigla de direita a prefeito de Manaus.

Ontem, os dois anunciaram que fumaram o cachimbo da paz.

No entanto, por trás deles, estavam dois políticos interessados, não só na sucessão municipal 2024, mas, sobretudo, na sucessão presidencial de 2026.

Esses personagens são o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Em Manaus, por sua vez, a esquerda ainda marca passo, sem ter nome definido para o embate.

Chapas precoces

Tanto em São Paulo quanto em Manaus, há um detalhe a se observar, que ressalta a formação dos polos de disputa. Trata-se do anúncio precoce das chapas. E chapas sem composição com outros grupos.

Ou seja: direita e esquerda querem marchar com seus próprios exércitos e travar uma luta direta.

Fotos: Lula – Bolsonaro/Reprodução/observatóriog