Malafaia, como Bolsonaro, cava tornozeleira ao atacar Moraes e STF
Com bravatas contra o ministro, pastor já pode sair do púlpito direto para a prisão.

Da Redação do BNC Amazonas
Publicado em: 15/08/2025 às 08:45 | Atualizado em: 15/08/2025 às 08:47
O pastor religioso Silas Malafaia reagiu com fúria à notícia de que foi incluído no inquérito que apura coação no curso de processo legal no Supremo Tribunal Federal (STF), ligado à tentativa de golpe de Estado de Bolsonaro e seus cúmplices.
Ele afirmou que sequer foi formalmente notificado pela Polícia Federal, que soube do caso pela imprensa e classificou a situação como “perseguição política”.
Em entrevistas e vídeos, o líder de evangélicos bolsonaristas não poupou ataques ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pela condução do processo.
Chamou o magistrado de “ditador da toga”, afirmou que ele deveria ser preso e ainda prometeu reagir com mais intensidade.
“Escolheram o cara errado. Eu vou botar para quebrar mais ainda daqui para frente”.
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Brasil “venezualizado”
Malafaia também acusou o STF de “venezuelizar” o Brasil e afirmou que críticas públicas não poderiam ser tratadas como ameaça ao Estado Democrático de Direito.
“O Estado Democrático de Direito está sendo jogado na lata do lixo”.
O tom inflado do pastor, no entanto, pode ter efeito contrário.
Ao dobrar a aposta nos ataques, Malafaia pode estar cavando sua própria tornozeleira eletrônica, repetindo a estratégia de Bolsonaro e aliados de confrontar as instituições mesmo sob risco de agravar a situação jurídica.
Estratégia de intimidação
O inquérito do qual agora faz parte investiga justamente condutas de intimidação e pressão sobre autoridades, configurando coação no curso de processo.
A inclusão de Malafaia ocorre no momento em que o STF se prepara para julgar o núcleo político e militar da tentativa de golpe, em setembro.
A ofensiva verbal contra o relator de processos do golpe de Bolsonaro reforça a linha de confronto da extrema direita, mas aumenta a possibilidade de que medidas cautelares duras sejam aplicadas contra o pastor.
Foto: Alan Santos/Presidência da República