Lula segura reforma ministerial, mas PT segue na fritura de aliados

A possibilidade de uma reforma ministerial liderada por Lula no início de 2024 parece menos provável, gerando debates sobre o momento adequado para eventuais trocas na equipe governamental.

Diamantino Junior

Publicado em: 01/01/2024 às 17:18 | Atualizado em: 01/01/2024 às 17:19

A perspectiva de uma ampla reforma ministerial liderada pelo presidente Lula (PT) no início de 2024 parece ter arrefecido, de acordo com avaliações de membros do governo, do PT e do Congresso Nacional.

Embora uma parcela do Palácio do Planalto ainda aguarde mudanças já em janeiro, ministros próximos a Lula indicam que as trocas podem não ocorrer tão rapidamente.

O presidente, que tem o hábito de avaliar o desempenho do governo após o primeiro ano, promovendo ajustes, ainda não tomou uma decisão definitiva.

A possibilidade de uma reconfiguração mais abrangente da Esplanada dos Ministérios, se confirmada, seria postergada para depois de março.

Dirigentes petistas não vislumbram espaço para alterações significativas no momento, enquanto ministros e aliados argumentam que uma reforma deveria ser realizada apenas quando necessário para reorganizar a base política diante de desafios no Congresso.

Apesar das adversidades ao longo do ano, o governo Lula encerrou 2023 com saldo positivo nas votações, especialmente destacando avanços na agenda econômica e a aproximação com partidos do centrão.

Aqueles que preveem uma reforma mais tardia acreditam que novos desafios no Congresso podem surgir a partir do fim de março, relacionados à segunda etapa da reforma tributária ou a eventuais cortes no Orçamento de 2024.

Enquanto alguns veem paralelos com a reforma ministerial de 2004, outros argumentam que o contexto político atual é diferente, com um Congresso mais independente.

Persistem críticas à atuação de ministros petistas, como Wellington Dias e Rui Costa, alimentando especulações sobre possíveis substituições, incluindo nomes como Gleisi Hoffmann e Jean Paul Prates.

No entanto, uma ala do Planalto considera difícil que Lula promova alterações significativas em sua equipe central.

Caso isso ocorra, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, é apontada como possível substituta.

O presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates (PT), também está sob críticas.

O ministro José Múcio (Defesa) poderia pedir para deixar o cargo no próximo ano, embora tenha manifestado não ter essa intenção.

Foto: José Cruz/Agência Brasil