Lula levanta dúvidas sobre a nomeação de Flávio Dino para o STF
Presidente pondera qual seria o melhor serviço ao país que Dino desempenharia. Ele destaca a importância de escolhas estratégicas para esses cargos.

Diamantino Junior
Publicado em: 28/10/2023 às 15:47 | Atualizado em: 28/10/2023 às 15:48
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou incertezas sobre a possível nomeação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF), insinuando que essa instância pode não ser o ambiente ideal para que ele sirva da melhor maneira ao país.
A declaração do presidente foi interpretada como uma reconsideração em relação às expectativas da indicação do atual ministro da Justiça e Segurança Pública para a vaga aberta no STF com a aposentadoria de Rosa Weber.
Lula reconheceu as capacidades de Dino, referindo-se ao seu sólido conhecimento jurídico e político, e a possibilidade de contribuir significativamente.
No entanto, ele ponderou sobre qual cenário seria mais justo e benéfico para o Brasil: se no Supremo Tribunal ou à frente do Ministério da Justiça. O presidente afirmou seu compromisso em realizar indicações tanto para o STF quanto para a Procuradoria-Geral da República a qualquer momento.
Ele enfatizou a importância de escolher as pessoas adequadas para os cargos de acordo com as circunstâncias políticas, destacando a necessidade de não fechar os olhos diante da necessidade de nomear alguém a ser aprovado pelo Senado.
Em relação à recente derrota sofrida com a não aprovação do nome de Igor Albuquerque Roque para a liderança da Defensoria Pública da União (DPU) pelos senadores, Lula ressaltou a importância de escolher as pessoas certas, sem esperar pelo final do ano. Ele destacou a necessidade de indicar alguém para o cargo apropriado e específico, de acordo com a situação política vigente.
Sobre a Procuradoria-Geral da República, Lula expressou o desejo de designar alguém que não se envolva em atividades políticas, enfatizando a importância do cargo e a necessidade de não promover espetáculos ou perseguir indivíduos.
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Ele enfatizou que em breve a indicação seria feita, tanto para o procurador-geral quanto para a cadeira vaga no STF.
Lula esclareceu que as nomeações de cargos para o centrão no governo não resultaram de negociações com o bloco, mas sim com partidos.
Ele destacou que suas interações são com os partidos politicamente legalizados, os quais ele precisa dialogar para estabelecer acordos necessários.
O presidente frisou a importância desses partidos do centrão, enfatizando a relevância de ter mais de 100 votos provenientes deles para dar continuidade ao governo.
Reconheceu a importância do Parlamento para o governo e afirmou a necessidade de dialogar em momentos desafiadores, demonstrando a importância da humildade nas interações políticas.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil