Líder do PSD mantém candidatura a presidente da Câmara, bancada quer negociar

No Senado, partido de Omar Aziz anunciou apoio oficial à candidatura do senador Davi Alcolumbre

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 06/11/2024 às 19:34 | Atualizado em: 07/11/2024 às 08:51

O Partido Social Democrático (PSD), dos deputados federais do Amazonas Átila Lins e Sidney Leite, reuniu a bancada de 46 parlamentares e tomou uma decisão: por hora, vai manter a candidatura do líder do partido Antônio Brito (BA) a presidente da Câmara dos Deputados.

No entanto, a maioria dos parlamentares decidiu não fechar as portas das negociações com outros candidatos, como o deputado Hugo Mota (Republicanos-PB).

Um dos motivos é que o jovem deputado paraibano já conta com o apoio de 12 partidos, incluindo o aval do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e do Palácio do Planalto, diga-se, presidente Lula da Silva.

Dessa forma, Mota tem ao seu lado o Republicanos, Podemos, MDB, PL, PP e federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV). Nos últimos dias, o favoritismo dele cresceu com o embarque em sua candidatura de outros quatro partidos: PSB, PDT, PSDB e Cidadania.

Juntas, essas bancadas somam 373 deputados. Com essa margem de votos dá para vencer a corrida eleitoral já no primeiro turno em fevereiro de 2025. O candidato precisa receber ao menos 257 votos.

Caso nenhum dos postulantes alcance essa marca, a decisão vai para o segundo turno. E vence quem obtiver a maioria da votação.

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Diálogo e negociações

Desse modo, a reunião que Brito fez nesta terça-feira (5) com a bancada do PSD foi para marcar posição em torno do seu nome, manter a candidatura.

Tanto assim, para dar mais força ao deputado baiano, os membros do partido o reconduziram à liderança para 2025.

“Fiz a ponderação à bancada que, se nós dialogarmos com o presidente Lira e o candidato de Lira, Hugo Motta, a fim de manter as proporcionalidades que o PSD tem mantido na casa, nós voltaremos à bancada para dialogar se a bancada deseja manter a candidatura ou se há algum tipo de mudança”.

E prosseguiu:

“Neste momento, é manter a nossa candidatura à presidência da Câmara e abrir diálogo para discutir proporcionalidades do PSD e a pauta do nosso partido”, declarou o deputado, que anunciou que será mantido na liderança do partido caso desista ou seja derrotado na disputa à presidência da Câmara”.

Entre os postos e cargos em negociação pelo PSD estão:
•⁠ ⁠3ª secretaria da mesa diretora,
•⁠ ⁠duas presidências de comissões,
•⁠ ⁠corregedoria da casa, e
•⁠ ⁠presidência da poderosa comissão de orçamento.

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Reclamações

O líder do PSD na Câmara também reclamou da posição do governo Lula e do PT, de quem esperava apoio por causa da presença do partido na base governista.

“Pesou [na abertura do diálogo com o candidato do Republicanos] a posição do PT e do governo em apoiar Hugo Motta. Isso pesou porque é uma bancada do governo, tem tratativas de lealdade com o PT e o governo”, afirmou.

Para o deputado Sidney Leite, essa questão do apoio do governo a Motta tem causado desconforto na bancada. Isso porque, segundo ele, o PSD é um partido que tem votado sempre com o governo, mas foi deixado de lado nessa disputa para a mesa diretora da Câmara dos Deputados.

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Senado

Já no Senado, o PSD do senador Omar Aziz, do Amazonas, anunciou o apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) à presidência da casa.

A manifestação foi do líder do partido, Otto Alencar (PSD-BA).

Alcolumbre, que deverá suceder o atual presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a partir de fevereiro de 2025, já recebeu o apoio formal do PL de Bolsonaro, PP, PDT, PSB e PT, além do seu partido.

Assim sendo, Alcolumbre teria 59 votos ou 18 votos a mais que o necessário que é de 41 votos (50% + 1) votos para se eleger no primeiro turno.

Postulantes

No entanto, a bancada do PSD no Senado não é unânime no apoio a Alcolumbre.

A senadora Eliziane Gama (MA), por exemplo, luta para ser candidata à presidência da casa.

Assim como o PL, que já formalizou apoio ao atual presidente da CCJ. O senador bolsonarista Marcos Pontes (SP) chegou a se lançar candidato, mas não teve o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro.

De qualquer forma, a futura presidência do Senado está praticamente resolvida, com uma provável vitória, em primeiro turno, de Alcolumbre.

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado