Ianomâmis: Lula quer rigor nas ações de proteção no AM e RR

A preocupação do governo surge após identificar que garimpeiros ligados a facções criminosas começaram novamente a ocupar áreas na terra indígena

PRF fecha 16 pistas de garimpeiros na terra dos ianomâmis

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 26/12/2023 às 12:42 | Atualizado em: 26/12/2023 às 12:50

Na última reunião ministerial deste ano, o presidente Lula da Silva (PT) determinou que sejam intensificadas as ações de combate ao garimpo ilegal nas terras indígenas dos ianomâmi no Amazonas e Roraima.

A informação é do ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta.

“Governo vai intensificar as ações para proteção do povo Ianomâmi. Em reunião ministerial na tarde de sexta-feira (22), o presidente da República determinou o reforço das ações dos ministérios envolvidos com a situação em Roraima e Amazonas”, afirma o ministro.

A preocupação do governo surge após identificar que garimpeiros ligados a facções criminosas começaram novamente a ocupar áreas na terra indígena.

De acordo com o site Brasil de Fato, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) manifestou preocupação com o que chamou de “desmobilização gradual” do Ministério da Defesa no território Ianomâmi.

Por meio de ofício, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, manifestou a falta de apoio das Forças Armadas.

De acordo com o documento, os recursos destinados até agora foram insuficientes para garantir a recuperação da terra indígena.

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Redução

O Ministério da Defesa não divulgou uma posição, mas vem ressaltando que o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão ligado a pasta, divulgou relatório que, em nove meses, houve redução de quase 80% na área atingida pelo garimpo ilegal.

De janeiro a setembro de 2022, a área ocupada era de 999,91 hectares. No mesmo período deste ano, são 214,84 hectares ocupado pelos criminosos, ou seja, uma redução de 78,51%.

O Ministério diz que isso é resultado da força-tarefa do governo envolvendo diversos órgãos como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Força Nacional de Segurança Pública e Exército.

Foto: Divulgação/PRF