Hugo Motta pede revisão de penas, mas não anistia

'Precisamos corrigir exageros, mas sem aumentar a crise institucional', comentou durante evento na Associação Comercial de São Paulo.

Hugo Motta

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 07/04/2025 às 16:06 | Atualizado em: 07/04/2025 às 16:14

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-SP), reagiu com cautela à pressão bolsonarista pelo avanço do projeto de anistia. Nesta segunda-feira (7), ele comentou o ato realizado no domingo (6), na Avenida Paulista. Sem usar o termo “anistia”, defendeu penas mais brandas para quem não merece punição severa. Ao mesmo tempo, reforçou a necessidade de equilíbrio. “Precisamos corrigir exageros, mas sem aumentar a crise institucional”, afirmou, durante evento na Associação Comercial de São Paulo.

Motta deixou claro que não aceitará transformar o Congresso em palco de uma única pauta. “O Brasil é maior do que isso. Não contem comigo para ampliar tensões entre os Poderes”, disse. Além disso, prometeu consultar o Senado antes de qualquer avanço no tema.

Enquanto isso, parlamentares bolsonaristas pressionam pela tramitação urgente do projeto. Muitos exigem a votação imediata. Motta, no entanto, indicou que não cederá à pressão das ruas nem a ataques públicos. Durante o ato na Paulista, o pastor Silas Malafaia o acusou diretamente de travar o andamento da proposta. Mesmo assim, Motta evitou responder e afirmou já ter comentado o assunto.

Nos bastidores, a tensão cresceu. Deputados do PL ameaçam obstruir votações como forma de pressionar a Casa. Motta reconheceu a manobra. Segundo ele, a obstrução é legítima e faz parte do jogo democrático. “Sou um defensor da democracia. Toda manifestação é válida, inclusive a obstrução parlamentar”, declarou.

Na semana passada, Motta encaminhou à Comissão de Constituição e Justiça um projeto que pode beneficiar o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu por tentativa de golpe de Estado. O gesto soou como sinal de equilíbrio. Ao mesmo tempo em que acena à base bolsonarista, o presidente da Câmara evita acelerar a anistia. Assim, mantém o controle da pauta e aposta na condução responsável do processo.

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Foto: Mário Agra/Câmara dos Deputados