Governo envia respiradores, equipamentos e medicamentos para Manaus

Chegam nesta quinta-feira, dia 30, em Manaus, aeronaves com 240 mil equipamentos de proteção individual (EPIs), 30 novos respiradores e 70 mil caixas do medicamento Tamiflu para o combate ao coronavírus (Covid-19).

A capital do Pará, Belém, também será atendida com equipamentos, respiradores e medicamentos.

A informação vem do ministro da Saúde, Nélson Teich, e do seu secretário executivo, general Eduardo Pazuello.

Em audiência remota, no Senado Federal, na tarde desta quarta-feira, 29, as duas principais autoridades de saúde do país, classificaram o Amazonas como prioridade absoluta.

Preocupação

O crescimento dos casos de Covid-19 e o número de mortes no Amazonas, principalmente, em Manaus, têm preocupado tanto o ministro Teich quanto o secretário Pazuello.

Por conta disso, as primeiras ações do novo Centro de Operações Emergenciais (COE), do Ministério, serão executadas no Amazonas.

O COE vai cuidar do controle de informações, da estrutura em saúde nos estados e da logística de distribuição de material e equipamentos para conter a doença.

O ministro da saúde disse que o governo está empenhado em providenciar os materiais necessários ao combate do coronavírus.

De acordo com Teich, essa preocupação é verificada quando o governo está indo buscar os equipamentos nas linhas de produção, dentro das quatro fábricas fornecedoras.

Profissionais de saúde

O ministro da saúde informou aos senadores que 800 mil pessoas foram cadastradas no sistema de saúde.

Esses profissionais deverão receber capacitação e serão encaminhados aos estados para reforçar o atendimento.

Incentivo à indústria brasileira

Em sua intervenção, o senador Omar Aziz (PSD-AM), sugeriu ao Ministério da Economia que flexibilize a regulação da indústria brasileira, especialmente a do Polo Industrial de Manaus (PIM), para a produção de EPIs e respiradores no país.

A redução de impostos e o aumento de subsídios para a indústria têxtil, na visão de Omar Aziz, também vai aumentar a produção de máscaras para combater a Covid-19.

Quebra de patentes

Ao Ministério da Saúde, o coordenador da bancada do Amazonas, sugeriu a quebra de patente tanto de medicamentos quanto de equipamentos.

Omar Aziz citou o ex-ministro da Saúde José Serra, do governo FHC. Ele quebrou a patente dos medicamentos de HIV nos anos de 1990.

A ação governamental tornou o Brasil uma referência no tratamento da AIDS em todo o mundo.

Amazonas precisa de ações e respostas

Na audiência, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) lembrou-se dos números preocupantes da Covid-19 no Amazonas principalmente as mortes.

“Desde a primeira morte no meu estado, a Fundação de Vigilância Sanitária informa que já chegam a 380 óbitos; 341 pacientes estão na UTI e fila atrás de leitos é muito grande. Precisamos de resposta e ajuda”.

Para Braga, as ações precisam ser tomadas urgentemente e de forma objetiva.

O senador afirma que é preciso uma grande quantidade de EPIs para equipar as forças de saúde e de segurança no estado.

Pois, de acordo com a FVS-AM, 30% de toda a equipe de profissionais médicos, enfermeiros, auxiliares, policiais e bombeiros estão restando positivo para Covid-19 por falta de equipamento de proteção.

Também faltam kits de testas para atendimento. Braga citou os laboratórios da Fiocruz e do Instituto de Medicina Tropical.

Segundo o parlamentar, essas duas unidades especializadas não estão realizando testes por falta de kits de atendimento.

Mais eleitos para internação

Braga pediu ainda ajuda do Ministério da Saúde para pôr em funcionamento 610 novos leitos no Amazonas tanto os alugados quanto os que estão do hospital Delphina Aziz.

Conforme o senador, se esses leitos forem colocados em funcionamento, novas 120 UTIs serão criadas para salvar muitos amazonenses.

“Esses 610 leitos não estão funcionamento, ministro, porque falta estrutura, faltam equipamentos e pessoal médico”, disse o senador.

Atendimento no interior do estado

O ministro Nélson Teich também ouviu reclamações do atendimento nos municípios do interior do Amazonas.

Eduardo Braga mencionou a região do Alto Solimões que conta com um único hospital militar com 7 leitos de UTIs. E todos já estão ocupados.

O senador pediu, com urgência, a instalação de um hospital de campanha no Alto Solimões para impedir a morte da população indígena que lá vive.

“Em Manacapuru, o povo está morrendo e não tempos um cronograma de ação para notificar e informar o povo do Amazonas. Estamos pedindo socorro ao governo federal”, disse Eduardo Braga.

Foto: Divulgação