Governo Lula cria Comissão Nacional de Bioeconomia para alavancar setor
Na Amazônia, a bioeconomia inclusiva tem potencial de melhorar a qualidade de vida de 750 mil famílias

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília
Publicado em: 18/11/2024 às 20:13 | Atualizado em: 18/11/2024 às 20:26
O governo do presidente Lula da Silva criou a Comissão Nacional de Bioeconomia (CNBio), que funcionará como órgão central para implementar as políticas públicas de desenvolvimento e consolidação dos setores da bioeconomia, uma das missões do programa Nova Indústria Brasil.
De acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a bioeconomia representa hoje 25% de todo o produto interno bruto (PIB) brasileiro.
A portaria interministerial instituindo a CNBio foi publicada nesta segunda-feira (18) no diário oficial da União.
O documento teve as assinaturas dos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Marina Silva (Meio Ambiente) e Fernando Haddad (Fazenda).
Entre as principais responsabilidades da comissão está a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento da Bioeconomia (PNDBio).
“Elaborar um plano nacional com objetivos claros e metas pactuadas e construídas em parceria com entidades representativas da indústria, da academia e da sociedade civil organizada é o caminho certo para o Brasil aproveitar todo o potencial da sua biodiversidade”, disse o secretário de economia verde do Ministério da Indústria, Rodrigo Rollemberg.
“É hora de arregaçar as mangas, trabalhar em sintonia com todas as áreas do governo e ter entregas relevantes para o nosso povo”.
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Amazônia
No ano passado, a Embrapa publicou estudo apontando que, na Amazônia, a bioeconomia inclusiva tem potencial de melhorar a qualidade de vida de 750 mil famílias entre agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais.
“Produtos florestais não madeireiros geraram mais de R$ 10,5 bilhões para famílias rurais de baixa renda, em 2021. São as cadeias da chamada sociobiodiversidade. Somente no Pará, 30 produtos da sociobiodiversidade geraram 224 mil empregos, 84% deles em estruturas produtivas de base familiar”, diz o estudo.
De acordo com a Embrapa, a união entre o conhecimento científico e os saberes das comunidades tradicionais amazônicas é fundamental para o desenvolvimento da região.
“Enquete com especialistas apontou que as tecnologias sociais para agregação de valor às cadeias produtivas e o desenvolvimento de bioprodutos a partir da biodiversidade amazônica são os temas mais relevantes para os esforços de ciência e inovação”, revelou o estudo.
Foto: Ronaldo Rosa/Embrapa