Governo autoriza reajuste imediato de 8% aos professores do Amazonas

O governador do Amazonas, Wilson Lima, anunciou, em entrevista na manhã desta quinta-feira (1º), que autorizou o reajuste de 8%, referente à data-base de 2022, aos 33.168 professores e pedagogos do estado.

De acordo com ele, esse porcentual será pago no final deste mês, retroativamente a março, a data-base da categoria.

Lima anunciou ainda que fará a reposição dos valores descontados de quem participou da greve que começou no dia 17 de maio. Com uma condição: que retornem ao trabalho na próxima segunda-feira, dia 5. “O estado fará uma folha especial para repor os valores descontados”, disse.

Pelas contas do governo, 60% da categoria não aderiu à greve.

Como resultado, o governador reafirmou que essa é a proposta final aos grevistas, considerando que as anteriores foram rejeitadas.

Conforme Lima, já no primeiro dia após a deflagração da greve, no 18 de maio, ofereceu 15% de reajuste. Seriam pagados imediatamente 8% e o restante de forma parcelada. Ao mesmo tempo, estudaria outros benefícios para a categoria, como o pagamento de progressões, abono de faltas e negociação para o fima da ação na Justiça que declarou a greve ilegal.

“O Governo do Estado tem mantido negociações com a categoria, porém todas as propostas apresentadas foram rejeitadas”, afirmou Lima.

Ele se referiu também à rejeição do reajuste de 15,19%, apresentada neste dia 31 de maio, com os mesmos benefícios da proposta anterior e o acréscimo de 30% no auxílio-alimentação e revisão do plano de carreira, cargo e remuneração.

“A nova proposta também foi rejeitada”, disse o governador.

A proposta final

Lima afirmou que, diante da recusa às propostas, o governo resolveu anunciar a sua oferta final para reajuste da categoria, de 8%.

Com isso, segundo o governador, o Amazonas ficará com o nono melhor salário da categoria no país, 16% acima do piso nacional.

Dessa forma, ele disse que a greve não pode prejudicar alunos e seus pais, depois do que tiveram de passar com a pandemia de coronavírus (covid).

“Não é justo que isso continue acontecendo no estado do Amazonas. E esse tipo de coisa eu não vou permitir”.

Conforme o governador, além do reajuste ao salário, o auxílio-transporte dos trabalhadores da educação também é reajustado, em 18,4%. Passa, portanto, de R$ 167 para R$ 198.

Como resultado, a folha de pagamento da educação vai a R$ 2,1 bilhões ao ano, afirmou Lima.

No anúncio à imprensa, Lima alegou que seu governo valoriza a educação desde 2019, no primeiro ano de mandato. Só em reajustes desde então, o percentual é de quase 14%, afirmou.

Citou ainda, por exemplo, o auxílio-alimentação, que reajustado duas vezes, é hoje de R$ 500.

Além disso, cerca de 20 mil servidores progrediram na carreira, por títulos e tempo de serviço.

O governador afirmou que, de 2019 a 2022, pagou de R$ 23 mil a R$ 69 mil como abono do Fundeb (fundo da educação básica) a cada trabalhador do setor.

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Progressão na ALE

O governador anunciou que encaminhará imediatamente à Assembleia Legislativa (ALE-AM) dois projetos de lei que beneficiam a carreira da categoria.

O primeiro se refere à concessão de regime complementar a secretários e coordenadores das escolas. O outro é sobre a progressão por títulos (vertical) para 2.225 servidores.

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Como ficam os salários

Conforme os números apresentados pelo governo, o salário dos professores com jornada de 40 horas semanais passará de R$ 4,7 mil para R$ 5,1 mil. Lima disse também que, só em retroativos, cada professor vai receber R$ 1,5 mil neste mês de junho.

O professor em início de carreira, que hoje tem salário de r$ 5,4 mil, com os auxílios de alimentação e transporte, agora receberá R$ 5,8 mil, segundo o governo.

Reafirmou o governador que tal valor é 16% acima do piso nacional.

Outras medidas

De acordo com Lima, novos professores serão contratados emergencialmente do banco de reserva de processo seletivo simplificado (PSS).

Além disso, uma nova seleção simplificada será lançada na próxima segunda (5), anunciou o governador.

Dessa maneira, o governador espera amenizar os prejuízos da greve aos estudantes na reposição de aulas, por exemplo.

Foto: BNC Amazonas