Governador e prefeito abrem contenda sobre saúde em Manaus

Wilson Lima disse que banca 85% das obrigações municipais, David Almeida cobrou "dívida".

Política

Bruna Lira, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 28/02/2025 às 18:35 | Atualizado em: 28/02/2025 às 21:01

O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), e o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), estão em choque por causa da obrigação de prestar atendimento de saúde básica à população na capital.

De cara, o governo diz que Almeida tem R$ 1,9 bilhão apenas para gerir a saúde da população de Manaus, “demonstrando total incapacidade e interesse”.

Além disso, afirmou que o prefeito é ingrato em não reconhecer o apoio do governo.

Dessa maneira, Lima disse que vai pedir que Almeida devolva ao estado todos os valores que recebeu desde 2021 para custear serviços de saúde que são de responsabilidade constitucional da prefeitura.

Esse conflito começou neste dia 27 de fevereiro, quando o prefeito afirmou em discurso em público:

“Aqui em Manaus estamos tendo uma dificuldade: desde o primeiro dia que nós entramos, a parte que corresponde ao Governo do Estado nunca foi repassada para a prefeitura. Os 25% não estão chegando”.

Em complemento, disse que o governo não está fazendo o repasse obrigatório no setor de saúde:

“Nós temos aí uma dívida de quase R$ 120 milhões só com o Samu que, na verdade, é dele [governador]”. 

Ademais, acusou Lima de não repassar, há seis anos, recursos para o programa de farmácia básica. “Eu tenho que tornar público porque já são seis anos aguentando isso”. 

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Reação de Lima 

O governador reagiu ao prefeito, e contestou com números para afirmar que assumiu obrigações de Almeida com a atenção básica de saúde.

Por exemplo, citou o transporte de pacientes pelo Samu, que o Estado passou a operar integralmente a partir de 2020 porque a prefeitura não tinha capacidade para o serviço.

Dessa forma, conforme Lima, hoje 85% da demanda da atenção primária é atendida pela rede estadual, que inclui SPA, UPA, Caic e Caimi.

Igualmente, Lima põe nessa conta do prefeito os serviços de pronto-socorro, porque Manaus não possui unidade de atendimento 24 horas. 

“A capital é a única entre os 62 municípios do Amazonas que não oferece assistência hospitalar de média e alta complexidade, exceto pela maternidade Moura Tapajós, que não atende casos de alto risco”, acrescenta a versão do governo para o embate.

Para reforçar a contestação à fala do prefeito, o governo disse ainda que cede agentes de endemias porque ao município porque a prefeitura de Almeida não tem servidor suficiente para as necessidades da população.

Fotomontagem: BNC Amazonas