MPF deve criar até fevereiro Gaeco nacional contra crime organizado

A proposta busca fortalecer o combate ao crime organizado no Brasil.

Diamantino Junior

Publicado em: 27/12/2024 às 19:26 | Atualizado em: 27/12/2024 às 19:26

A criação de um Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em nível nacional deu um passo importante após a Procuradoria-Geral da República (PGR) destravar a discussão. No último dia 3 de dezembro, o subprocurador Carlos Frederico Santos liberou o tema para votação no Conselho Superior do Ministério Público Federal, após meses de impasse.

O subprocurador havia pedido vista em agosto, adiando o avanço da proposta. Santos se posiciona contra a criação do Gaeco nacional, alegando riscos de repetir erros observados durante a Operação Lava Jato.

No entanto, uma regra recente do conselho, que limita o prazo para pedidos de vista a uma reunião subsequente, forçou a devolução do processo.

Com isso, o tema está previsto para ser votado na próxima reunião do conselho, agendada para fevereiro, após o recesso de fim de ano.

A expectativa é de que a maioria dos membros delibere favoravelmente à criação do novo órgão.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, principal defensor da proposta, reforça a necessidade de uma estrutura nacional para enfrentar o avanço do crime organizado no país. Segundo ele, o sistema atual não é suficiente para lidar com o problema em escala nacional.

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“São necessários novos instrumentos para enfrentar a infiltração do crime no Estado. Neste momento, não estamos preparados à altura para o problema”, afirmou Chateaubriand, destacando o caráter estratégico do Gaeco nacional para o fortalecimento das ações contra a corrupção e outras práticas ilícitas.

Expectativas e próximos passos

A criação do Gaeco nacional é vista como uma oportunidade de consolidar esforços integrados no combate ao crime organizado, unificando as atuações dos Ministérios Públicos estaduais com uma coordenação em nível federal. Caso aprovada, a medida poderá marcar uma nova fase no enfrentamento da criminalidade estruturada no Brasil.

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Foto: Antonio Augusto/MPF