Fraude bilionária no INSS: PF investiga 31 entidades
Onze organizações já foram enquadradas por envolvimento direto no esquema; prejuízo pode chegar a R$ 6,3 bilhões em mensalidades cobradas sem autorização de aposentados e pensionistas.

Mariane Veiga
Publicado em: 27/04/2025 às 08:17 | Atualizado em: 27/04/2025 às 08:17
A Polícia Federal (PF) aponta que 31 entidades são investigadas por um esquema de descontos indevidos em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que pode ter desviado até R$ 6,3 bilhões.
De acordo com a investigação, até o momento, 11 organizações de classe foram enquadradas por participação direta na fraude, enquanto outras 20 seguem sob suspeita.
A ação da PF ocorre em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU).
O golpe envolvia a cobrança de mensalidades associativas diretamente nos benefícios pagos pelo INSS, mediante acordos com a autarquia.
Os beneficiários deveriam autorizar os descontos por meio do aplicativo Meu INSS, com assinatura eletrônica e biometria.
No entanto, auditoria da CGU aponta que até 98% desses descontos podem ter sido feitos sem consentimento.
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A CGU entrevistou presencialmente 1.273 beneficiários entre abril e julho de 2023 e descobriu que apenas 31 deles haviam autorizado os descontos. Entre as entidades suspeitas, 21 tiveram 100% de descontos considerados irregulares.
A que mais realizou cobranças não autorizadas foi a CAAP (Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS), com 214 irregularidades em 215 descontos.
Na última quarta-feira (23), a PF cumpriu 211 mandados de busca e apreensão em 34 municípios, prendeu cinco pessoas e afastou o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além de outros cinco servidores.
Dessa maneira, o governo federal suspendeu todos os acordos com as organizações envolvidas.
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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil