Forças Armadas retomam combate ao garimpo nas terras ianomâmis

Forças Armadas lançam a segunda fase da operação Catrimani para combater o garimpo ilegal.

Iram Alfaia , do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 08/04/2024 às 12:54 | Atualizado em: 08/04/2024 às 14:50

As Forças Armadas realizarão a segunda fase da operação Catrimani para reforçar o combate ao garimpo de minérios nas terras indígenas do povo ianomâmi, localizada nos estados do Amazonas e Roraima.

De acordo com portaria do Ministério da Defesa, publicada nesta segunda-feira (8/4), no Diário Oficial da União (DOU), os objetivos estratégicos da Catrimani II serão interromper o fluxo logístico das atividades de apoio ao garimpo; a inutilização da infraestrutura que dá suporte à atividade ilegal; e o apoio às atividades da Casa de Governo, instalada em Boa Vista (RR).

Também está explícito na portaria que a pasta pretende fortalecer a “imagem conjunta das Forças Armadas na sociedade, com o estabelecimento de comunicação estratégica de defesa”.

O documento, assinado pelo ministro José Múcio, regula o emprego dos efetivos do Exército, Marinha e Aeronáutica com indicações de oficiais generais que vão atuar no comando operacional conjunto da Catrimani II, em regime de rodizio.

O comando será ativado para atuar na terra indígena entre 1° de abril e 31 de dezembro deste ano.

Ao chefe do estado-maior conjunto das Forças Armadas estão determinados que encaminhe ao comando as diretrizes para elaboração de normas de conduta para a operação; mantenha ligação com as autoridades federais envolvidas com as ações; e o acompanhamento permanente da operação.

Além do comando como canal oficial de comunicação, o Ministério da Defesa também determinou que seja instalado um posto na capital roraimenses.

Prejuízo

Em entrevista à imprensa em junho do ano passado, as Forças Armadas, em ação conjunta com agências do governo, afirmaram que causaram um prejuízo de R$ 30,9 milhões em ações contra o garimpo ilegal na terra indígena ianomâmi.

Na ocasião, houve a destruição de balsas, embarcações e aeronaves, e a apreensão de armas de fogo, munição, ouro, mercúrio e cassiterita, entre outros objetos.

“Desde o início das operações, em fevereiro, foram destruídos 19 garimpos ilegais, reduzido em 90% o número de voos clandestinos na região e distribuídas 23.438 cestas básicas em ação humanitária à população indígena”, diz nota da época.

Foto: divulgação/PF