Filho de Jango, deposto pela ditadura militar de 64, de olho na Presidência

Aguinaldo Rodrigues
Publicado em: 04/11/2017 às 15:15 | Atualizado em: 04/11/2017 às 15:15
O filho de João Goulart, conhecido como Jango, o presidente deposto pela ditadura militar em 1964, pode seguir os passos do pai e concorrer à Presidência em 2018.
João Vicente Goulart, de 60 anos, que viveu no exílio no Uruguai com seu pai quando era criança, é filiado ao PPL (Partido Pátria Livre) e já foi deputado no Rio Grande do Sul.
Gaúcho de São Borja, Jango morreu na Argentina, em 1976 – a família suspeita de envenenamento.
“Existe um movimento para isso [candidatura]. Seria positivo não apenas ir a reboque de outro partido, mas lançar um nome que pudesse a ajudar [a alavancar votos para superar a cláusula de barreira]. Existe essa cogitação, é isso que o partido está discutindo, debatendo. Os líderes regionais veem com muita possibilidade de ter um nome que possa puxar [votos] e atender à barreira eleitoral”, disse Goulart a VEJA.
Ele é presidente do Instituto João Goulart ao lado da mãe, a ex-primeira-dama Maria Thereza Goulart, e concorreu ao Prêmio Jabuti neste ano pelo livro “Jango e Eu – Memórias de um Exílio sem Volta”.
Goulart encara a candidatura como missão política, não tanto como desejo pessoal: “No exílio, a gente se acostuma não com as coisas que a gente gosta. O exílio, que nos impôs a ditadura, nos obriga permanecer cientes da luta. Missão partidária a gente não discute, a gente cumpre”.
Para o presidenciável, as pautas do PPL são semelhantes àquelas defendidas pelo seu pai quando sofreu o golpe militar.
“Uma sociedade não pode ser vista apenas pelos índices econômicos usados comercialmente, precisamos olhar o índice de desenvolvimento humano. Quero que o lucro esteja a serviço do bem-estar social. Não só o lucro pelo lucro, nossa plataforma é o lucro social”, explicou.
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Foto: Reprodução/Facebook