Fake news do Metrópoles sobre prefeito de Manaus é investigada pelo MP-AM

Portal nacional publicou notícia com base em documento falsificado

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 23/10/2024 às 18:44 | Atualizado em: 23/10/2024 às 18:44

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) afirmou neste dia 23 de outubro que é falsa a denúncia usada pelo portal Metrópoles na matéria “MP investiga ‘casamento de milhões’ realizado por filha de prefeito”, da coluna Na Mira, do dia 19.

Conforme o órgão, a afirmação consta de apuração e certidão emitida por sua ouvidoria-geral.

Em decorrência dessa constatação, a ouvidoria encaminhou o documento original e o falsificado para os centros de apoio das Promotorias de Justiça Criminais (CAO-Crim) e Operacional às Promotorias Eleitorais para identificação dos responsáveis pela falsificação. 

Como resultado da notícia do Metrópoles, o nome do MP-AM ganhou ampla repercussão negativa na mídia e redes sociais.

Detalhando a fraude no documento, o MP aponta que a primeira adulteração aparece logo no início do arquivo, onde está informada a “Manifestação à Ouvidoria-Geral 11.2024.00004241-0”. Essa numeração, de acordo com certidão emitida pela área, sequer consta no controle de manifestações do dia 1º de agosto de 2024. 

Já a notícia de fato legitimamente registrada com 040.2024.000616, presente no rodapé, não tem relação alguma com o conteúdo da manifestação recebida pela redação do portal. 

Após consulta à plataforma MP Virtual, constata-se que a notícia de fato refere-se a uma denúncia de ausência de transparência no gerenciamento de recursos advindos do Fundo da Previdência Social do município de Maués (Sisprev). Inclusive, no nome do arquivo enviado pela reportagem por e-mail consta o termo “Sisprev”.  

A consulta processual pode ser feita em MP Virtual.

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Mais itens falsificados

A ouvidoria afirmou ainda que o MP Virtual é um sistema de acesso exclusivo às promotorias do interior do Amazonas, enquanto o SAJ-MP é o da capital. No documento enviado ao Metrópoles há ainda uma informação incorreta, no rodapé, de que o mesmo pode ser validado no MP Virtual.

Nos detalhes do registro, na capa da manifestação, não consta na primeira página o nome do responsável pelo atendimento, um item obrigatório nos documentos da ouvidoria. 

Ademais, na página 2 da manifestação falsa, foi deixada uma frase do documento original que não tem relação com a descrição da página anterior. 

Ao ver os documentos (original e falso) neste dia 23, a ouvidora-geral do MP-AM, procuradora Jussara Maria Silva, se disse preocupada com o crime, classificando a adulteração como grosseira, e determinou a apuração no âmbito criminal e eleitoral. 

“Vamos apurar. Não se pode usar um documento público do MP com essa finalidade. Vou registrar a falsificação no SAJ-MP e enviar o processo ao CAO-PE , porque gerou uma fake news que tenta interferir claramente no eleitoral e nas promotorias criminais”. 

A procuradora-geral de Justiça, Leda Mara Albuquerque, afirmou que irá encaminhar o processo ao comitê de combate à desinformação nas eleições, do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), para a devida investigação. 

*Com informações do MP

Foto: divulgação