Exército reforça Roraima com tropas e blindados do Sul e Centro-Oeste

Militares dizem que a fronteira com a Venezuela está normal, em resposta a boatos sobre o possível conflito com a Guiana

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 06/12/2023 às 22:39 | Atualizado em: 06/12/2023 às 22:47

O comando do Exército brasileiro confirma que foi antecipado um reforço de tropas e meios militares nas cidades de Pacaraima e Boa Vista, em Roraima.

Além disso, a 1ª Brigada de Infantaria de Selva, em Roraima, com quase 2 mil militares, intensificou sua ação de presença naquela faixa de fronteira. Isso para atender à missão de vigilância e proteção do território nacional.

Todo esse processo resultará em aumento do número de militares na área, além de viaturas blindadas, as quais serão deslocadas das regiões Sul e Centro-Oeste para Roraima.

No entanto, o Exército afirmou que, atualmente, no lado brasileiro, o movimento na fronteira tem sido de normalidade.

Essa manifestação da força armada do Brasil foi uma resposta a boatos de que tanques da Venezuela estariam passando por Boa Vista por causa de possível conflito com a Guiana.

Nas redes sociais, os comentários davam conta de que se as informações fossem verdadeiras, o governo brasileiro, permitindo que os tanques de guerra venezuelanos passassem por dentro do território nacional, estaria apoio explícito ao país vizinho em um futuro conflito.

Isso porque a disputa territorial entre Venezuela e Guiana está gerando tensão na região. No último domingo (3), houve um referendo popular em que o governo de Nicolas Maduro propõe criar a província venezuelana do Essequibo em território guianense.

O objetivo da mudança é a exploração de recursos naturais: além do petróleo, a área é rica em gás, ouro, diamante e outros minerais. Apesar de o referendo ter caráter consultivo e não ter apoio ou reconhecimento internacional, cerca de 95% dos venezuelanos apoiaram a proposta.

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Vigilância na fronteira

Antes da consulta popular, o presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse em transmissão nas redes sociais que a vigilância iria aumentar. “Estamos trabalhando contra o relógio para que nossas fronteiras sejam mantidas intactas e que as pessoas do nosso país continuem em segurança”, afirmou.

Por outro lado, caso a Venezuela queira invadir o Essequibo, seria necessário o uso de força. Área de selva fechada, uma das opções para uma possível invasão seria por mar.

A outra opção seria por terra, mas antes a tropa venezuelana teria que cruzar a fronteira com o Brasil para, então, entrar em terras da Guiana.

Monitoramento

O Exército informou ao BNC que vem mantendo, através de seu sistema de inteligência e de alertas, constante monitoramento e prontidão de seus efetivos para garantir a inviolabilidade das fronteiras nacionais.

Ressalta ainda que há uma evolução do atual Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, uma ação estratégica pré-planejada que já constava no planejamento estratégico do Exército.

“Esse processo resultará num aumento do número de militares na área, além de viaturas blindadas, as quais serão deslocadas do Sul e do Centro-Oeste do país para Roraima”, informa o Centro de Comunicação Social do Exército.

Tais meios, como as 16 viaturas blindadas multitarefa 4×4 – Guaicurus, serão deslocados para compor a recém-criada unidade militar, ao longo do mês, com uma previsão de cerca de 20 dias para chegada a Boa Vista.

Foto: divulgação