EUA perdem para China protagonismo do comércio na América Latina

Inauguração do porto chinês de Chankay, no Peru, tem grande influência nas rotas comerciais e derruba dependência do canal do Panamá.

Ednilson Maciel, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 18/11/2024 às 10:31 | Atualizado em: 18/11/2024 às 10:33

Os Estados Unidos perderam para a China o protagonismo do comércio na América Latina, no século 21. Com isso, de lá para cá, a China conseguiu aumentar sua relevância na economia dos países da região.

Por exemplo, em 2000, o principal parceiro de fora da região no comércio com as nações latino-americanas eram os norte-americanos. Como informa o Poder360.

Por conseguinte, em 2023, o cenário mudou e os chineses dominam a pauta exportadora do Brasil e em quase todos os Estados hispânicos. Equador, Colômbia e a Guiana são exceções da América do Sul.

Como resultado, a balança comercial reflete a importância dos chineses aos países da região.

É que a China consolidou a liderança como destino das exportações da América Latina. Os Estados Unidos têm um superavit de US$ 125 bilhões com as nações da América Latina.

Assim, os chineses, um deficit de US$ 124 bilhões -o que é positivo para os países latino-americanos, que vendem mais ao país asiático do que compram.

Dessa forma, a China foi responsável em 2023 por importar US$ 104,3 bilhões do Brasil.

Além disso, o resultado também representou o maior saldo positivo da história para os brasileiros (US$ 51,1 bilhões).

Nesse sentido, o valor representou 30,6% to total das exportações brasileiras para todo o mundo (US$ 339 bilhões).

A princípio, em 2000, as exportações do Brasil para a China totalizaram apenas US$ 1,1 bilhão. Para comparação, os Estados Unidos importaram US$ 37,1 bilhões do Brasil em 2023 e, em 2000, US$ 13,4 bilhões.

Estratégia

Desse modo, o crescimento na relação comercial da China com os Estados da América Latina é uma forma de isolar Taiwan do resto do mundo.

Assim, dentre os 11 países com relações diplomáticas com a ilha, 7 são latino-americanos. Outras 5 nações da região cortaram laços políticos com os taiwaneses para firmarem acordos com os chineses no século 21.

Em suma, os investimentos em infraestrutura no continente fazem crescer a importância do país asiático aos países latino-americanos, tornando-os mais dependentes de Pequim.

Como resultado, Peru, México, Venezuela, Colômbia e Equador são algumas das nações beneficiadas pelos investimentos diretos da China. 

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