Ética dos deputados que poupa Brazão e Ramagem é a que quer cassar Braga

Glauber Braga argumenta que a tentativa de cassação é uma retaliação pelas denúncias que fez sobre o esquema do orçamento secreto

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 03/04/2025 às 19:01 | Atualizado em: 03/04/2025 às 20:13

O relator do processo contra o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, Paulo Magalhães (PSD-BA), apresentou parecer favorável à cassação do mandato do parlamentar por quebra de decoro.

Braga é acusado de agredir fisicamente um militante do Movimento Brasil Livre (MBL) após este ter ofendido sua mãe.

O incidente ocorreu nas dependências da Câmara e foi registrado em vídeo. Magalhães classificou a reação de Braga como desproporcional e rejeitou a alegação de legítima defesa.

No entanto, Braga argumenta que a tentativa de cassação é uma retaliação pelas denúncias que fez sobre o esquema do orçamento secreto, que envolve a destinação de emendas parlamentares sem transparência.

Somente o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), indicou 32,9 milhões de reais do orçamento secreto para compra de kits robótica em cidades de Alagoas investigadas por desviar recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

O parlamentar também criticou a postura do relator em relação a outros casos, como o de Chiquinho Brazão, acusado de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, e o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado em 2022. Na visão de Glauber, há um tratamento desigual por parte do conselho.

O parecer de Magalhães ainda precisa ser aprovado pelo colegiado e, caso seja aprovado, o processo será encaminhado para o plenário da Câmara.

Leia mais

Líder do PT na Câmara alerta sobre crescente apoio ao projeto de anistia

Foto: divulgação