“Estão querendo me prender porque estou tentando salvar vidas”, diz David
David Almeida se manifestou mais uma vez sobre acusação do MP-AM de cometer peculato na contratação de dez médicos

Publicado em: 28/01/2021 às 18:20 | Atualizado em: 28/01/2021 às 18:32
O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), depois de divulgar nota oficial criticando o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por pedir sua prisão preventiva, voltou a se manifestar sobre o assunto nesta quinta (28).
Segundo ele, suas ações contra o coronavírus (covid-19) são tentativa de salvar vidas, e não se arrepende do que fez.
“Você imaginou ser processado porque está salvando vidas? Os médicos estão trabalhando, cuidando da população. Estão querendo me prender porque estou tentando salvar vidas”.
Ele se referia à acusação do MP de que cometera peculato na contratação de dez médicos, que foram nomeados em cargos comissionados, de função administrativa.
“Estamos em um momento de pandemia, um momento de guerra. E eu precisava de uma atitude forte, rápida para abrir as UBS, e assim eu fiz e não me arrependo”.
Conforme afirmou, os médicos estão trabalhando, à disposição da Semsa (Secretaria de Saúde) para o combate ao coronavírus.
Reafirmou ter ficado surpreso e indignado com a ação do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gaeco), do MP-AM.
E voltou a dizer que o órgão cometeu crime de abuso de autoridade. Por causa disso, Almeida anunciou que vai representar na corregedoria do MP pedindo investigação.
“Acho que o pedido do Ministério Público extrapolou nas suas prerrogativas. Primeira vez que eu vejo alguém contratar médicos para salvar vidas e ser acusado de peculato. Vou representar sim, tenho que me defender, defender meus atos, defender os funcionários e aquilo que não estiver nos conformes, que seja apurado. Eu vou até a corregedoria do próprio Ministério Público para que sejam apuradas as condutas, porque da forma que está, parece que eu ia cometer crimes”.
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Nomeados na administração
Sobre as nomeações de dez médicos em cargos comissionados, Almeida disse que foram contratados no dia 9 para a UBS Nilton Lins, que teve expansão inaugurada no dia 12.
A nomeação em cargos administrativos foi para agilizar o processo, para início imediato das funções, segundo o prefeito. Segundo ele, um processo seletivo para a contratação duraria de 30 a 60 dias.
“Os médicos mais experientes, que têm idade mais avançada, não estão na frente do combate em função de pertencerem ao grupo de risco. Quem vem atuando são exatamente esses médicos jovens, que estão atendendo à população. Eles começaram a trabalhar desde o dia da inauguração da extensão da UBS. Só que as nomeações começaram a sair a partir do dia 18 de janeiro. Isso é normal. É um ato administrativo”.
Ainda conforme as explicações do prefeito, a chegada desses médicos permitiu o atendimento de 156 mil pessoas nas UBS da cidade, até o dia 25.
Desses, 46% testaram positivo para coronavírus.
Além disso, afirma que nenhuma unidade de atendimento do município interrompeu as atividades.
Em conclusão, o prefeito criticou o MP por não mover ação pela falta de oxigênio e de leitos nos hospitais para pacientes do coronavírus.
Foto: Dhyeizo Lemos / Semcom