Érico Desterro é alvo de manobra no TCE-AM

Conselheiros aproveitaram viagem do presidente ao exterior e fizeram um projeto, já aprovado na ALE-AM, alterando regras de eleição na Casa

Érico Desterro presidente do TCE-AM

Neuton Correa, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 22/09/2023 às 06:08 | Atualizado em: 22/09/2023 às 18:22

O presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), Érico Desterro, foi alvo, ontem, de uma manobra. 

O movimento imediatamente interrompe a escala de postos de poder na Corte e o tira do próximo cargo, para o qual iria após concluir seu mandato de chefe do órgão este ano. 

No caso, ele iria para a coordenação da Escola de Contas Públicas. A escola é o desejo de conselheiros pelo tamanho de sua estrutura e o prestígio que dá aos ex-gestores da Casa.

A outra mudança implica na antecipação da data da eleição da próxima diretoria do TCE-AM. Pela regra atual, a eleição está marcada para meados de novembro. 

Mas as mudanças pretendem antecipá-la para a primeira terça-feira de outubro.

Na ausência do presidente

Essas mudanças ainda não estão valendo. Contudo, ontem, elas já foram aprovadas num rito sumaríssimo (duas horas) dado pela Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM).

Mas o detalhe que mais chama a atenção é que do projeto de lei que faz essas mudanças ocorreu na ausência do presidente do órgão, o conselheiro Érico Desterro.

Ele está no exterior, em Portugal, para uma palestra em Lisboa.

O BNC procurou . Ele atendeu, mas evitou falar sobre o mérito das mudanças. O presidente disse apenas que a lei ainda não existe porque ainda não foi sancionado pelo governo Wilson Lima (União Brasil).

Autores

Mas o detalhe dessa mexida no TCE-AM é que o movimento partiu de quatro conselheiros, Júlio Pinheiro, Yara Lins, Josué Cláudio e Luis Fabian. Este dois últimos foram nomeados por Wilson.

Além disso, as mudanças passaram pela ALE-AM, casa comandada pelo deputado Roberto Cidade (União Brasil). Este, marca sua gestão por agir alinhado ao governo.

Projeto de poder

Nos bastidores do TCE-AM, as mudanças foram entendidas como uma articulação de projeto de poder que transcende os espaços da Casa.

Mas também foram consideradas uma reação direta a Érico Desterro. 

Os conselheiros, conforme fontes ouvidas pelo site, se sentiram incomodadas com a gestão de Érico. 

Eles citam a transparência dada pela atual gestão aos atos de todos os membros do tribunal. “Aqui, acontecem absurdos, mas a transparência estabelece um freio nisso”, disse a fonte do BNC.

Foto: Divulgação/TCE-AM