Diálogos Amazônicos debate reforma tributária e logística

Realizado pela Fundação Getúlio Vargas, com apoio do Cieam, o encontro de Brasília levará parlamentares e lideranças empresariais

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 05/06/2024 às 21:19 | Atualizado em: 05/06/2024 às 21:24

A Fundação Getúlio Vargas, por meio da Escola de Economia de São Paulo (FGV EESP), promove, em Brasília, nesta quinta-feira (6), a segunda edição presencial do projeto Diálogos Amazônicos, webinar que debate temas sobre a preservação, o desenvolvimento e a bioeconomia da floresta Amazônica.

Com a participação de parlamentares, executivos de empresas da Zona Franca de Manaus (ZFM) e especialistas, a conferência conta com o apoio do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam) e vai fazer um balanço da reforma tributária e dos seus impactos na atração de investimentos para a região Amazônica.

Além disso, por meio de painéis, palestras e debates, a conferência também vai analisar as estratégias de desenvolvimento para a região e discutir sobre a infraestrutura e os desafios logísticos que a Amazônia enfrenta hoje.

Para Márcio Holland, coordenador do programa de pós-graduação em finanças da FGV e idealizador do projeto, esse encontro é uma oportunidade valiosa para o público interagir com especialistas da região.

“É um momento para compartilhar experiências e adquirir conhecimentos sobre o bioma que possui a maior biodiversidade do mundo”.

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Reforma tributária

De acordo com Holland, o modelo tributário atual transforma a Amazônia em um dos maiores contribuintes de tributos federais do país. Em 2023, por exemplo, foram arrecadados cerca de R$ 21,5 bilhões em impostos.

Os investimentos da região em desenvolvimento, inovação e pesquisa chegaram a R$ 1,5 bilhão também em 2023, com a geração de mais de 500 mil empregos diretos e indiretos.

“A reforma tributária e o desenvolvimento regional do Amazonas são assuntos que estão ganhando cada vez mais força entre os principais especialistas e formadores de opinião, pois a região precisa de um sistema tributário mais simples, justo e transparente”, afirmou J. Portela, diretor do conselho do Cieam e advogado tributarista.

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Logística

Em relação à infraestrutura e aos contratempos logísticos do Amazonas, os gastos atuais com transportes hidroviários no Amazonas são estimados entre 3% e 7% do PIB, o que representa algo entre R$ 4,8 e R$ 11,2 bilhões por ano.

“O ideal é que o custo com a logística seja a metade do valor praticado hoje para recuperar a competitividade da Zona Franca de Manaus”, disse Augusto Rocha, coordenador da comissão Cieam de Logística.

Durante a seca histórica de 2023, a indústria do Amazonas teve um sobrecusto de R$ 1,4 bilhão em sua operação logística, devido aos problemas causados pelas dificuldades no transporte de insumos.

Indústria

Por fim, o presidente do conselho superior do Cieam, Luiz Augusto Rocha, afirmou que o projeto Diálogos Amazônicos tem tido um grande impacto e é extremamente importante para a divulgação do que é a indústria na região Amazônica.

“Isso é fruto do trabalho, da parceria que temos com a FGV desde 2019. Com isso, podemos dizer que a Zona Franca Manaus é melhor percebida. Hoje, a realidade socioeconômica e empresarial do Amazonas é muito mais percebida do que era no passado e isso se deve, em parte, a esses debates”.

Foto: divulgação/agência gov