Deputados do PL de Bolsonaro recebiam propina para liberar emendas

Polícia Federal tem mensagens de deputados que formam organização criminosa

Adrissia Pinheiro

Publicado em: 06/02/2025 às 11:17 | Atualizado em: 06/02/2025 às 11:22

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE) por participação em um esquema de propina ligado a emendas parlamentares. De acordo com um relatório da Polícia Federal (PF), os parlamentares negociaram repasses para São José do Ribamar (MA) em troca de vantagens indevidas.

Entre janeiro e agosto de 2020, o grupo pressionou o então prefeito Eudes Sampaio a pagar propina para liberar recursos federais. Além disso, Josimar Maranhãozinho, apontado como líder do esquema, foi flagrado com maços de dinheiro em outra investigação.

Nesse contexto, o esquema envolvia também o agiota Josival Cavalcanti, conhecido como Pacovan, responsável por cobrar os valores indevidos.

Conforme mostram mensagens interceptadas, os parlamentares definiam quais municípios receberiam os recursos. Por exemplo, em dezembro de 2019, Pastor Gil perguntou a Josimar quais cidades deveriam ser contempladas.

A resposta foi clara: São José de Ribamar deveria receber R$ 1.048.000, o que acabou acontecendo. Da mesma forma, Bosco Costa também atuou para garantir que a cidade fosse incluída na lista de beneficiados.

Após a liberação das emendas, os envolvidos começaram a cobrar a propina. Pacovan pressionou o prefeito Eudes Sampaio, que se recusou a pagar, alegando que os recursos vinham de outra liderança política.

Diante da resistência, Josimar e Pastor Gil intensificaram as abordagens. Em uma mensagem, Pacovan avisou Josimar que estava na prefeitura e pediu uma ligação urgente.

Como resultado, o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), onde o ministro Cristiano Zanin determinou a inclusão da denúncia na pauta de julgamento para o dia 25 de fevereiro.

A PGR destacou a participação de lobistas e agiotas no esquema de desvios de recursos. O julgamento definirá se os deputados se tornarão réus na ação.

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Foto: reprodução/redes sociais