Deputado do AM pede investigação da PF sobre pontes da BR-319

Há nove meses o Dnit já sabia da situação de perigo nos trechos onde estão localizadas as duas pontes.

Outra ponte desaba na BR-319 e deixa população isolada

Iram Alfaia, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 14/10/2022 às 15:39 | Atualizado em: 19/10/2022 às 10:18

O deputado federal Sidney Leite (PSD) vai acionar a direção da Polícia Federal (PF) para investigar as quedas de duas pontes na BR-319. Em intervalo de dez dias, desabaram as estruturas das ligações sobre os rios Curuçá e Autaz-Mirim .

Primeira ponte a desabar na BR-319 – localizada no rio Curuçá – registro BNC AMAZONAS

Com o risco de desabastecimento, o Governo do Amazonas decretou situação de emergência para os municípios de Careiro, Careiro da Várzea e Manaquiri.

“Vou solicitar uma audiência ao superintendente da PF para que seja investigado esse incidente que deixou municípios isolados”.

Além da PF, o parlamentar quer atuação no caso da Controladoria-Geral da União (CGU) e Ministério Público Federal (MPF).

“É lamentável o descaso do Dnit para com o povo do Amazonas”.

O deputado considera inadmissível que o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) e as empresas que trabalhavam na obra não tenham percebido as avarias nas pontes.

O parlamentar afirmou que a falta de pavimentação dos 405 quilômetros restantes da BR-319 tem imposto o isolamento logístico aos estados do Norte. E lembrou da dificuldade da região em receber oxigênio durante a pandemia de covid.

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Falta de manutenção

O deputado federal José Ricardo (PT) disse que a causa da tragédia é a falta de manutenção da estrada pelo governo federal.

“Falta de manutenção nos trechos já pavimentado da BR-319, rachaduras e crateras na pista; agora há quedas de pontes na rodovia federal. Tudo isso é culpa da administração Bolsonaro que não dá manutenção e ainda enganou o povo dizendo que ia recuperar a estrada”.

Nesta semana veio à tona um documento publicado pelo Dnit no diário oficial da União alertando para o perigo para as pessoas que trafegavam pela ponte pela do rio Curuçá devido à “situação calamitosa” do trecho. O resultado foram quatro pessoas mortas e 14 feridas.

Ou seja, há nove meses o Dnit já sabia da situação de perigo nos trechos onde estão localizadas as duas pontes.

“Situação de Emergência na rodovia BR-319/AM no trecho do Km 13,00 (Fim Travessia Rio Amazonas (Careiro) ao Km 178,50 (Fim da Pavimentação), haja vista as condições em que se encontra a BR-319/AM, bem como os riscos iminentes aos quais se expõem os usuários, que nela trafegam, devido à situação calamitosa de trafegabilidade no trecho mencionado, proferida pela Coordenadora de Engenharia Terrestre desta Superintendência Regional do DNIT no Estado do Amazonas […]”, diz o documento.

O portal da transparência do governo federal indica que a empresa AGO Engenharia de Obras foi contratada em janeiro deste ano para trabalhar na recuperação de erosões – que é o fenômeno de desgaste do solo – em diversos pontos da rodovia, dentre eles, os locais nos quais as duas pontes desabaram.

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Foto: Associação de Amigos e Defensores da BR/319-Divulgação