De novo, polo de concentrados da ZFM na mira da Receita

Fiscalização está de olho nos incentivos que o setor recebe no AM e também fora do estado

Mariane Veiga, da Redação do BNC Amazonas

Publicado em: 30/04/2023 às 09:22 | Atualizado em: 30/04/2023 às 13:42

Setor mais atacado da indústria da Zona Franca de Manaus, o polo de concentrados (bebidas) volta a entrar na mira da Receita Federal.

Foi o que informou neste sábado (29) notícia do site Metrópoles.

De acordo com a reportagem, dessa vez, a artilharia está voltada para a Ambev.

A notícia informa que há um documento da Receita mostrando que “grandes indústrias de #refrigerantes instaladas na Zona Franca de Manaus” estariam manipulando a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o segmento.

Diz também que isso geraria “concorrência desleal no mercado de refrigerantes e bebidas não alcoólicas”.

A manobra, diz o Metrópoles, se daria pelo abatimento do valor presumido do IPI, do qual são isentas, em outras etapas da produção.

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Histórico

Não é a primeira vez que a Receita Federal ataca o setor de bebidas do Amazonas.

Em 2018, no governo Temer, na greve dos caminheiros, para resolver o impasse do bloqueio das estradas, o órgão entregou, na bandeja, o setor como solução ao problema.

De que forma?

Os caminheiros queriam um subsídio de R$ 0,46 no litro do diesel. O governo não tinha o dinheiro. A Receita foi e disse: tira esse valor do polo de concentrados da ZFM. E assim fez.

No governo Bolsonaro, o primeiro ataque do ex-ministro da Economia Paulo Guedes foi ao polo de bebidas. E isso aconteceu nos primeiros dias de janeiro de 2019, primeiros dias da gestão Bolsonaro.

Agora, de novo, é o Governo Lula que pode estar aprontando para o segmento.

Interiorização

O polo de concentrados é o décimo maior segmento da Zona Franca de Manaus.

Mas é o mais importante para o interior do Estado. Isso porque, diferente dos outros segmentos, ele tem atividades no interior do Amazonas.

A Coca-Cola, por exemplo, tem campo de plantio de cana-de-açúcar e plantio de guaraná em Presidente Figueiredo.

Por sua vez, a Ambev, que agora está no radar da Receita, compra guaraná em Maués.

Foto: Divulgação/Ambev