CPI da covid descobre que lobista vendia cargo no governo Bolsonaro

Caso foi descoberto pela CPI da covid em mensagens trocadas por Marconny Albernaz, que depôs na comissão do Senado na quarta-feira (15)

Publicado em: 17/09/2021 às 11:58 | Atualizado em: 17/09/2021 às 12:12

A CPI da covid descobriu que o lobista Marconny Albernaz Faria “vendeu” por R$ 400 mil a indicação de Márcio Roberto Teixeira Nunes para um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde.

Márcio fez os pagamentos para a empresa de Marconny, foi nomeado e acabou preso num escândalo de propinas que envolveu R$ 1,6 milhão.

Dessa maneira, Marconny inicialmente pediu uma propina que chamou de “incentivo” no valor de R$ 25 mil. Só para iniciar os trabalhos.

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Ele ainda tentou levar o nome de Márcio ao ex-ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, no entanto, Mandetta vetou a indicação.

Conforme o G1, até o nome do vice-presidente Hamilton Mourão ele usou para convencer Márcio a fazer os desembolsos.

A CPI descobriu que Marconny escreveu: “Agora vai de cima pra baixo”. Sobre Karina Kufa, advogada do presidente da República. Para encontrar a advogada, Marconny cobrou um incentivo de R$ 40 mil, segundo mensagens trocadas por WhatsApp.

Marconny também avisou que se encontraria com o próprio presidente, mas a reunião não aconteceu.

Segundo o lobista, Bolsonaro tinha outra agenda, a posse de uma autoridade em Itaipu que Marconny diz ter indicado.

A CPI já sabe que, além de Karina, Marconny tinha outras duas pontes com o governo: a família Bolsonaro (através do filho Jair Renan e da ex-mulher de Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle) e um senador cujo nome não revelou.

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Foto: Pedro França/ Agência Senado