‘Concorrente não é inimigo’, ensina Industrial do Ano do Amazonas
Luiz Cruz, presidente do grupo Magistral, fez discurso contando sua história, a história do segmento de refrigerantes do Amazonas e dos 80 anos da empresa

Neuton Correa, Neuton Corrêa
Publicado em: 24/05/2025 às 10:53 | Atualizado em: 24/05/2025 às 11:43
Avesso a homenagens, cliques e promoção pessoal, o empresário Luiz Carvalho Cruz, 70 anos, presidente do grupo Magistral, fez ontem um discurso que se pode escrever como lição de vida.
Foi ao receber o Prêmio Industrial do Ano de 2025 da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).
A noite de gala nem o fato de liderar a empresa que está entre os 70 maiores contribuintes da Sefaz-AM lhe fizeram subir o tom. Nem mesmo quando apelou ao governador Wilson Lima, presente no evento, pelo Hospital Beneficente Portuguesa.
Em um discurso de 28 minutos (lhe deram cinco) para falar dos 80 anos de sua empresa, Luiz Cruz foi sereno e instigante. Para quem assistiu, uma lição de vida.
Ensinamentos
O ponto alto dessa lição foi quando mostrou sua visão sobre concorrência. “Jamais a gente pode admitir que um concorrente é um inimigo”. E ensinou como ganhar com isso. “O concorrente é aquele que quer fortalecer o segmento, quer fortalecer o setor. E, se ele é grande, eu vou atrás, eu vou crescer junto”.
O trecho dessa fala foi para o presidente da Fieam, Antônio Silva. Este, disse Luiz Cruz, onde quer que esteja, o apresenta como concorrente. Isso é referência à empresa Recofarma, do grupo Coca-Cola.
Nessa rara aparição pública, Luiz conta sua história, a história da Magistral e do segmento de refrigerante do Amazonas. Sobre este setor, ele diz como a Magistral sobreviveu entre as grandes marcas globais.
“Sobreviveram os que tinham produto próprio. E nós sobrevivemos com muita dificuldade, mas nós sobrevivemos por causa do nosso guaraná”.

Leia o discurso na íntegra. Veja também a transmissão do evento. Abaixo a apresentação da homenagem feita por Antonio Silva, presidente da Fieam
O improviso
O Antonio (Silva) aprontando as dele.
Os cumprimentos
Boa noite, senhoras e senhores! Cumprimentar a sua excelência o governador Wilson Lima, cumprimentar meu presidente e amigo Antônio Silva, superintendente da Suframa, sempre muito simpático comigo. Outrora me fez um vídeo em homenagem ao meu pai que marcou muito aquela oportunidade. João Simões, desembargador, amigo, começou conosco, lá no sindicato. Serafim Corrêa, que é um querido amigo e um secretário que mantém a gente atualizado todo dia. É fantástico! Deputado de Adjuto Afonso, a quem eu cumprimento as demais autoridades.
Eu, na segunda-feira, recebi uma ligação do cerimonial me dando dois avisos: primeiro, que eu tinha que estar aqui antes das sete e meia, 19h30. E, o segundo, que eu teria cinco minutos para falar. Sério! Aí, eu tinha rabiscado um monte de coisa, porque falar 80 anos em cinco minutos, não dá, né? Então, eu fiquei encruzilhado aqui, mas está tudo bem. Eu cheguei mais cedo, né?
Da origem do convite à homenagem
E tive a oportunidade de cumprimentar alguns amigos aqui, e dentre eles o meu querido amigo Amaury Blanco.
O Amaury Blanco é um companheiro da diretoria da Federação (Fieam)e do Conselho do Centro da Indústria (Cieam). E, na primeira reunião desse ano lá na Federação das Indústrias, estava o auditório cheio. Sua excelência o governador estava presente, o secretário. No final da reunião, o Antônio me sai anunciando que eu seria homenageado com “Industrial do Ano”. O Amaury bateu no meu ombro e falou: “Dessa tu não vai escapar”.
Esqueceu, né? Passou, janeiro, fevereiro, março, quando foi em abril o Antônio faz uma nova reunião, já com diretoria, só, e já vai decretando. Porque antes o Antônio falava: Luiz, eu estou com vontade de te homenagear.
Sujeito avesso a homenagens
Ele sabe que eu não gosto de homenagem. Eu gosto de fazer a homenagem, mas não de ser homenageado.
Até no meu aniversário eu fujo, sempre. E ele decretou. Não tem jeito. Eu ainda tentei dizer pra ele: Antônio eu tenho uma viagem marcada, eu tenho um amigo, querido, que faz aniversário dia 23. Lembra? E é verdade! Meu amigo tá ali, o Carlinhos. É… eu digo: vai festejar de graça. Vai para lá porque tem um jantar bom, vai comer de graça, entendeu?
Viajar é terapia, ensina
Mas a gente tinha programado viajar. A gente sempre viaja, né? Aliás, são três amigos queridos, são três casais, porque é a melhor terapia, melhor do que gastar dinheiro com psicólogo ou psiquiatra, é reunir com os amigos no final de semana, entendeu? E pegar o cruzeiro, que vou aprendi com você, né? E isso é uma verdade, porque nós já transferimos o aniversário dele para setembro, que é junto com o meu.
Então, eu cumpri. Cheguei antes das sete e meia. Eu não sei se eu vou cumprir isso aqui em cinco minutos.
O concorrente
Mas, eu só estou recebendo essa homenagem, Antônio, porque você sabe o carinho que eu tenho por você. Um carinho, uma amizade muito forte. Você, toda vez que vai me apresentar alguém, lá em Brasília, nos encontros da indústria e tal, (você diz): meu concorrente. Recofarma (fabricante da Coca-Cola na ZFM), aqui, meu concorrente…
Concorrente não é inimigo
Eu fico meio perdido, mas nós, outros que temos mais de 30 anos de idade, com mais de 40 de experiência, a gente sabe o que é o concorrente. Nós fomos criados, e aprendemos que o concorrente não é aquele que quer destruir o outro. Não, (este) é o inimigo. O concorrente é aquele que quer fortalecer o segmento, quer fortalecer o setor. E, se ele é grande, eu vou atrás, eu vou crescer junto.
“Jamais a gente pode admitir que um concorrente é um inimigo”.
Então, jamais a gente pode admitir que um concorrente é um inimigo. Concorrente, e no nosso caso, eu que comecei muito novo, eu comecei antes dele no refrigerante, porque ele entrou em 70. Eu já estava no refrigerante e eu participei de reuniões com o seu Nathan (Nathan Xavier de Albuquerque), quando ele comprou o Guaraná Baré, a Sermam, depois. Não, ainda era lá no centro na…
Pai, o grande mestre, e a escola
Eu tive uma escola muito grande não só do meu pai que foi meu grande mestre, mas pude participar de conviver com umas lideranças fantásticas do segmento, o senhor Antônio Simões, o senhor Petrônio, o senhor Osmar Pacífico. E, depois, a gente, (partiram), e a gente seguiu dentro do sindicato, que é um aprendizado em treinar. Na Federação das Indústrias, pelas mãos do Antônio, que me convidou. Eu até então só fazia parte do sindicato. E eu entrei na federação, porque o Antônio me convidou e ali a gente foi fortalecendo mais ainda a amizade. Tivemos vários percalços. O Antônio, às vezes, é mais até um conselheiro, pela idade, pela experiência. A idade não é tão diferente, não. Não, é é pouca coisa. Mas o Antônio ele sempre foi muito preocupado.
Puxão de orelha
Uma das coisas que ele está sempre me alertando é: tu já cuidou da sucessão? Me dá cada puxão de orelha aqui, não é? Então, isso pra mim tem um significado enorme. E é por isso, Antônio, que eu aceitei receber o prêmio da Federação, mas, também pela data, né? Ele lembrou, cara quando a Virrosas tiver 110 anos, ele me perguntou, ele disse nós vamos fazer 80.
Os 80 anos da Magistral – felicidade
Aí o Grupo Simões fez 80, aí eu falei, quando é que é mesmo o teu aniversário? Ele tem uma agenda lá que ele anota tudo, e o cara vai e lembra no início do ano que é 80 anos. Então eu não tinha como fugir, e, Amauri, eu estou muito feliz de não ter escapado, eu estou muito contente de estar aqui.
O discurso formal
Receber o diploma de Industrial do ano 2025 é uma honra que nos enche de orgulho, especialmente neste ano em que a Magistral celebra 80 anos de história no Amazonas.
Esse reconhecimento, embora pessoal, é fruto de um esforço coletivo que atravessa gerações. Divido essa homenagem com a minha família, Meu irmão Vitor, que compartilha comigo a liderança da empresa; meu irmão José, ele não está aqui presente, porque ele está com essa gripe aí que está atacando todo mundo, manda um abraço para o Antônio; minha irmã Luísa, essenciais da nossa trajetória; e o sobrinho, já da terceira geração, o José Neto e o André Cruz. Ao lado deles, reitero meu carinho e reconhecimento pelo apoio inestimável da minha mulher, Cláudia, e da minha filha, Raquel.

A história da Magistral
A história da Magistral se entrelaça com a história da nossa família. Fundada por meu pai, comendador José Cruz, que também recebeu este diploma de industrial do ano em 1971, portanto há 54 anos. A empresa cresceu com esforço e soube se reinventar diante dos desafios encontrados ao longo dessas oito décadas.
Hoje, ver que continuamos sendo reconhecidos mais de 50 anos depois é motivo de orgulho, mas, também, de responsabilidade com esse legado que herdamos e devemos fortalecer.
Aos colaborares
Dirijo um agradecimento especial aos nossos mais de mil colaboradores. Tem época que nossa empresa, é sazonal, tem o inverno e o verão, mas tem época que chegamos a 1.280 funcionários, que constroem conosco a reputação, a solidez e a qualidade da Magistral.
Ao nosso time executivo aqui presente, estão todos aqui: Zé Luiz, Walter, Socorrinha, o Jorge, o Carlos. Esso é um time forte, é time de executivo que tem nos ajudado, tem feito um trabalho fantástico nesse segmento, que é tão concorrido.
Gratidão aos clientes
Aos nossos milhares de clientes, nossa mais sincera gratidão pela confiança e parceria. São eles que colocam em prática nossos valores. E mantém a empresa viva, pulsante e relevante.
Conquistas, desafios e decisões difíceis
Nossa trajetória teve conquistas, mas também enfrentou desafios, incertezas e decisões difíceis.
Mesmo em tempos difíceis, como na pandemia, ou em meio a incertezas econômicas, seguimos acreditando no Amazonas e investindo em seu futuro. Foi assim com a aquisição dos ativos da Amazon Refrigerantes em 2021. E agora, com a construção de um novo parque industrial, fruto de um importante e grande investimento, viabilizado em parte pela parceria com o Basa, Banco da Amazônia.

Indústria de bebidas genuinamente amazonense
Somos uma indústria de bebidas genuinamente amazonense e independente, com produção própria, marcas próprias, e que, embora tenhamos um portfólio bem diversificado, quer sejam sabores, quer sejam embalagens e com parcerias diversas mantemos nosso compromisso com as nossas origens, o refrigerante de Guaraná e a água mineral.
Eu acredito que aqui, eu quero fazer uma pausa e roubar mais um tempo. As origens elas são muito importantes. Nós somos realmente origem fábrica de Guaraná.
Produto guaraná, o guardião
O Guaraná é um produto nosso, é um produto amazônico, é um produto da nossa cultura. E nós nunca deixamos de olhar para esse segmento de Guaraná. O comendador Cruz era um apaixonado por Guaraná.
E eu acho que, se nós estamos hoje festejando os 80 anos da Magistral, é justamente porque nós temos como guardião o Guaraná.
“Sobreviveram os que tinham produto próprio. E nós sobrevivemos com muita dificuldade, mas nós sobrevivemos por causa do nosso guaraná”
Luiz cruz
Nós, durante muitos anos, nós fomos engarrafadores de uma multinacional, a Pepsi-Cola, e, naquela oportunidade, nós tínhamos 23 engarrafadores no Brasil inteiro. Eu tive o prazer de conhecer todos eles. Dos 23 engarrafadores, que eu saiba, eu nunca mais tive contato, sobraram quatro. O os quatro que sobraram é porque tinham produto próprio. Sobreviveram porque tinham produto próprio. E nós sobrevivemos muita dificuldade evidentemente. O Antônio me acompanhou e me apoiou muito, mas nós sobrevivemos por causa do nosso Guaraná, da nossa água mineral, também.
“O amazonense é um povo que consome guaraná e nós temos que lutar pela manutenção desse produto, incentivar cada vez mais”.
Luiz Cruz
Então, o amazonense é um povo que consome guaraná e nós temos que lutar pela manutenção desse produto, incentivar cada vez mais.
O guaraná é do Amazonas
O guaraná é amazonense, o guaraná é do Amazonas. Se você olhar lá no início de 70, só tinha a fábrica de guaraná aqui. Eram nove marcas. Dessas nove marcas, o Luzéia foi embora, o Líder foi embora, o Andrade foi embora, o Guti Guti, que era uma fábrica pequena, que tinha ali no (bairro) Santo Antônio, acabou. Os que sobreviveram, porque foram encampados, um, pela Ambev, e depois pela Antártica, e depois pela Ambev, que é o Baré, está no mercado e bem. E o outro, que é o Tuxaua, que inteligentemente, o seu Simões abocanhou e está aí hoje no Norte do país, fazendo parte do portfólio da Coca-Cola hoje, né? Então, sobreviveram.
Tradição, tradicional, desse bem tradicional, nós só somos dois, a Real, o Guaraná Real, que é da Real Bebidas, e o nosso portfólio, que hoje tem o Magistral, o Gold, o Regente, e adquirimos com muita satisfação o Tauá, que é um produto que tem feito uma grande diferença.
Marca de guaraná virou concessionária de carro
Então, os outros amigos que tinham fábrica, o lá de Brasília, a fábrica virou uma concessionária de carro. O outro virou um supermercado, mas não continuaram no seguimento. Nós, graças a Deus e graças à persistência e à paixão do comendador pelo guaraná que foi transmitida para nós, nós conseguimos sobreviver e nos tornamos hoje uma empresa de bebidas.
Cosquinha na Coca-Cola
Hoje nós temos um portfólio diversificado. E, quando a gente pode, faz uma cosquinha na Coca-Cola com Flesh-Cola.
Desafios e responsabilidade
Nossa trajetória teve conquistas mas também enfrentou desafios, incertezas e decisões difíceis. Mesmo em tempos difíceis, como na pandemia, ou em meio a incertezas econômicas, seguimos acreditando no Amazonas e investindo em seu futuro. Somos uma indústria de bebidas genuinamente amazonense. Temos orgulho de gerar empregos, valorizar a cultura local e contribuir para o desenvolvimento do nosso Estado, sempre com responsabilidade fiscal e social.
Entre os maiores arrecadares do Amazonas
E nós temos uma grande satisfação quando a gente olha os 500 maiores arrecadadores da indústria, da indústria não, da Sefaz, nós já estamos ali entre os 70 e 80. Isso para nós é um orgulho, porque uma coisa que a gente não deixa de fazer é recolher imposto.
Inovação e compromisso
Nossa independência exige inovação, consistência e compromisso com a excelência.
Somos sim uma empresa familiar, mas também somos uma organização profissional guiada por processos, pessoas e resultados. É esse equilíbrio que permite mantermos um ambiente onde cada colaborador se sente parte de algo maior, onde a empresa não é apenas um local de trabalho, mas uma extensão de uma história de vida compartilhada.
Ação que virou referência nacional
No Sindicato das Indústrias de Bebidas, tive o privilégio de conviver e aprender com grandes líderes e após suceder o amigo Antônio Silva enquanto presidente, pude coordenar e colaborar com ações importantes, como a implantação do garrafão exclusivo para água mineral, com a assinatura de um TAC, Termo de Ajustamento de Conduta, junto ao Ministério Público Federal do Amazonas, que trouxe total segurança ao consumidor sobre a origem do produto, modelo hoje replicado em vários estados.
Aqui vale ressaltar a grande colaboração do escritório jurídico do sindicato, Oliveira Monteiro, na pessoa do meu querido amigo Dr. Rafael Oliveira. Foi um gigante nisso aqui, junto com Abinam (Associação Brasileira Indústria Águas Minerais). Eu sou superintendente da Abinam no Amazonas, junto com a Federação das Indústrias, junto com o PROCON, junto com a ANM, junto com a Anvisa com Dvisa.
Segurança
Isso trouxe uma segurança fantástica, porque hoje o consumidor compra um garrafão de água, ele sabe que o garrafão é daquela empresa, o rótulo é daquela empresa, o lacre é daquela empresa, o líquido é daquela empresa. Só falta aqui para completar esse ciclo. E este modelo foi replicado para o resto do Brasil.
Só falta aqui a implantação do selo fiscal. E eu sei que isso está sendo trabalhado junto com o deputado Adjuto Afonso, que tem se esforçado muito. Informalmente eu já conversei uma vez com o seu excelência o governador Wilson Lima, e o Rafael está trabalhando nisso. Eu acho que isso vai dar uma segurança para a empresa, para o consumidor e para o poder público. Porque ele sabe que está comprando um produto de origem e que aquele produto está pagando imposto. Isso é que é importante.
Solidariedade na pandemia da Covid
A outra ação durante a pandemia da Covid, organizamos a doação de água mineral para várias unidades hospitalares, além de cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade. O Antônio sabe muito bem disso, porque no sindicato nós fomos procurados pelo querido amigo e ex-secretário Jório Veiga. E nós demos toda a assistência nas unidades hospitalares, fornecendo água mineral. Houve uma divisão com as empresas e nós, cada uma, cada empresa ficava com X unidades hospitalares para atender com água mineral e as cestas básicas também foram compradas.
Aqui eu quero agradecer a Real Bebidas, com a Água Santa Cláudia. Eu quero agradecer a Amazon Refrigerante, na época, do meu querido amigo Antônio, que está aqui me prestigiando, isso é um amigão, faz falta no sindicato, faz falta nas conversas com a Água Crim, a Minalar com a Minalar, a BNB Grupo Simões com a Água Cristal e nós, com a Água Iara.
Nós abastecemos durante todo esse período de muita dificuldade, nós não deixamos de abastecer gratuitamente, atendendo o pedido do governo, através do querido Jório Veiga, nós atendemos. E compramos uma série de cestas básicas e aqui já com ajuda, porque o nosso sindicato tem uma arrecadação pequena. Isso é que nem condomínio, quando eu preciso de um negócio faz uma cota extra.
Aí, nós tivemos que recorrer à nossa associada a Recofarma (fabricante da Coca-Cola na ZFM), que está sendo homenageada hoje. Ela entrou com uma boa participação para que comprássemos as cestas básicas.
Usina de oxigênio
Ainda, no período da pandemia, participamos da compra de uma usina de oxigênio que foi doada ao Hospital Sociedade Beneficente do Amazonas. Naquela oportunidade eu fui procurado, a Mariana Barrela não está aqui, não, né? A Barrela me mandou uma mensagem linda hoje. A Mariana me ligou que estavam comprando uma unidade de oxigênio para instalar num hospital e eu falei, nós podemos participar. Falei com o Antônio. Ele falou com a Recofarma, nós vamos participar.
Eu acho que isso foi um link dado pelo meu cunhado, pelo professor Manoel Cardoso, que colocou em contato com a Mariana. E nós compramos a unidade, nós participamos dessa compra e colocamos na Beneficente Portuguesa, que hoje está sendo presidida pelo meu querido amigo, que está me dando a honra da presença aqui, doutor Krichanã (Leopoldo Cavalcanti Krichanã da Silva).
E o vice-presidente, também, que está aqui, que é Antônio Azevedo, o Tonico que é um amigo de longa data. A Beneficente precisa de ajuda, governador, Beneficente é um grande hospital, mas está… as dificuldades são grandes, eu sei disso, mas olhar com carinho para aquele hospital, porque aquele é um patrimônio grande. Não é só dos portugueses não. É um patrimônio do Amazonas e só em saber que está com o Krichanã e com o Tonico na vice-presidência, isso já me dá uma garantia grande de responsabilidade e de segurança.
Cieam
Além disso, também damos apoio contínuo às ações do Centro da Indústria do Amazonas (Cieam) por meio da coordenação da dedicada e querida conselheira Régia Moreira. Ela não está aqui não, né? Não veio. Tá? Ô, você… A Régia é um amor de pessoa, pelo amor de Deus. Ela foi talhada para isso, trabalho social. Aliás, eu quero dizer que o Centro da Indústria, para mim… Que sempre fui, frequentei a Federação, o Centro da Indústria, eu olhava o Centro da Indústria como se fosse das multinacionais. Mas olha: eu me surpreendi positivamente, ainda mais com a formação dessas comissões, porque o meu time participa. A comissão de RH, o pessoal fica atualizado, comissão de ASG, estamos aprendendo, a comissão tributária também é fantástico. Então, está de parabéns o Luiz, está de parabéns o Lúcio, Flávio. Vocês têm feito a diferença e têm dado, assim, é um aprendizado. Muito obrigado.
Nós, quando tem a distribuição de cestas básicas, vai sempre uma água mineral. E eu recebi o ofício ontem, viu? Porque a gente ajuda na seca e na cheia. Quando foi a cheia do Rio Grande do Sul, que o governador disponibilizou os aviões para ir, nós estávamos lá participando, mandando milhares e milhares de litros de água.
Vou terminar.
Para finalizar, quero reforçar aqui este diploma no mar com fim, mas sim um novo impulso para continuar avançando com ética inovação e compromisso com a sociedade. Agradeço ao amigo e presidente, Antônio Silva, e a toda a diretoria da Fieam por esta significativa homenagem. E agradeço com devoção a Deus e a Nossa Senhora de Fátima por me guiarem na missão de liderar com responsabilidade e fé.
Parabenizo com apreço todos os homenageados desta noite. Muito obrigado!
Sobre a Magistral e Luiz Cruz, segundo Antonio Silva
Ele é vascaíno, nacionalino, mas tá igual comigo: torce pelo boi Caprichoso. Mas a sua devoção, mesmo, está em Nossa Senhora de Fátima. Ele, quando lá, rezando por mim, trouxe e me fez devoto também de Nossa Senhora.
Luiz de Carvalho Cruz, como sabemos, é um ilustre amazonense, filho de portugueses, avesso a homenagem. Contudo, nesta edição do Industrial do Ano de 2025, o empresário tem bons motivos para comemorar o título.
Pois a empresa J. Cruz, Indústria de Bebidas, está completando 80 anos de sucesso, uma das mais longevas empresas familiares genuinamente amazonense.
Portanto, senhor Luiz Cruz está à frente de uma das mais conceituadas empresas familiares do Estado. Fundada em 1945 pelo seu saudoso pai, comendador José Cruz, com quem eu tive o prazer de conviver, um gigante. Nós, no Sindicato de Bebida, quando queríamos nos reunir ele dizia, vem seis horas da manhã. E para onde? Para a Beneficente Portuguesa, que ele era o provedor e deu o seu sangue e praticamente a sua vida pela Beneficente Portuguesa.
O refrescante e popular guaraná Magistral
Na época, o negócio dedicava-se a abastecer as famílias com o refrescante e popular guaraná Magistral. Sob gestão do nosso homenageado, a empresa mantém seu crescimento e o mercado altamente competitivo, como é no caso o nosso setor de bebidas, meu concorrente na ponta, mas meu amigo e irmão quando nós tratamos de uma coisa única para desenvolver as nossas atividades dentro do segmento de bebidas.
Ao longo de oito décadas a Magistral mantém-se jovem, arrojada, com investimento constante em gestão e nos seus processos em duas unidades fabris, com a geração de mais de mil empregos diretos.
Em 2021, nós assistimos o grande passo do Luís, e ele veio confidenciar comigo. E eu disse aí, o que é que o senhor está esperando?
Posso falar? Pode. Ah, não vou falar.
Com a aquisição de uma nova fábrica e assim ampliar a sua participação no mercado com uma empresa independente, regional e com uma estratégia muito bem definida. O diretor superintendente do grupo, na história faz parte da segunda geração da empresa. Mas, desde os seus 18 anos, estava lá na empresa, mas aos 16, ele subia na boleia de um caminhão para conhecer os nossos pontos de venda, porque naquele tempo, os caminhões, o próprio motorista, era o vendedor. Nós fazíamos as rotas todas. Ou seja: nós conhecíamos toda a cidade.
Hoje, aos 70 anos, conserva o mesmo entusiasmo de quem gosta do que faz, atento às mudanças superando a diversidade. E, aproveitando as oportunidades, como foi o caso da aquisição da Amazônia. Você disse que eu podia falar, eu falei. Portanto, parabéns você, Luiz, o nosso Industrial do Ano. Cariosamente chamado pela Cláudia de Lulú
Ninguém sabia, mas a Cláudia dizia isso, pode falar, porque o Luiz é muito avesso às coisas todas. Vocês não têm ideia.
Surpresa a Luiz Cruz
Eu acho que todos aqueles que estão de testemunho, o Amauri, alguns companheiros de diretoria, para fazer essa homenagem, eu peguei de surpresa numa reunião de conselho de representantes, onde nós colocamos, e lógico e evidente foi colocado em votação, foi aprovado a comunidade e não teve como recuar.
Aos empreendedores que enxergam oportunidade onde muitos veem apenas incerteza aqui o nosso reconhecimento. Seja investido em inovação como o caso do Glauco. Ou ampliando a capacidade produtiva, principalmente na sua exportação, a exemplo da nossa Recofarma, a terceira ou quarta hoje maior fábrica de concentrados do grupo de Coca-Cola toda. Ou mantendo firme um legado de décadas de trabalho, como é o caso da J. Cruz. Portanto, vocês são protagonistas da transformação do nosso Estado e do nosso país. Peço a Deus que abençoe a todos nós. Muito obrigado pela presença de todos.
Fotos: divulgação