Comando da federação “União Progressista” no Amazonas fortalece Wilson Lima

Governador vai liderar bancada de deputados federais, estaduais, vereadores de Manaus e 40% dos prefeitos do interior do estado

Governador Wilson Lima encontro com ex-prefeitos

Antônio Paulo, do BNC Amazonas em Brasília

Publicado em: 28/04/2025 às 18:21 | Atualizado em: 28/04/2025 às 18:34

O governador do Amazonas, Wilson Lima, é um dos “caciques” regionais que estará presente no anúncio oficial, nesta terça-feira (29/4), da criação da federação dos partidos União Brasil e Progressistas (PP).

A união das duas legendas será a maior força política do Congresso Nacional, com 108 deputados federais, 14 senadores e seis governadores de Estado.

A federação “União Progressista”, o novo nome da junção das duas agremiações partidárias também vai aglutinar 1.343 prefeitos em todo o país e ainda três ministros de Estado.

No caso do Amazonas, o governador Wilson Lima, que será o presidente estadual da federação, vai comandar um grupo político de dois deputados federais, seis deputados estaduais, oito vereadores da Câmara Municipal de Manaus.

E ainda 25 prefeitos do interior do Amazonas, o que representa 40,32% dos 62 chefes do poder Executivo municipal.

Com esse plantel na federação estadual “União Progressista”, Wilson Lima, que deve deixar o governo do Estado em março de 2026, caso queira mesmo uma das vagas de senador, tem poder político suficiente para buscar essa eleição ao Senado.

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Direção nacional

Outro ponto de destaque é a escolha para a direção nacional da federação “União Progressista”. Tudo indica que o presidente nacional será Antônio Rueda, atual presidente do União Brasil.

Havia uma disputa interna com o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O ex-todo-poderoso queria ser o primeiro presidente da federação.
Por outro lado, Rueda argumentou que o União Brasil tem mais deputados que o PP. Por isso, tem direito a assumir a direção nacional.

Quem ajudou a resolver a pendência foi o presidente nacional do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PP-PI). E assim ficou decidido:

Antônio Rueda assume a presidência nessa primeira fase (dois anos) e Arthur Lira fica no comando na segunda parte da gestão.

Saída do governo

Outro ponto de divergência, que precisa ser resolvido dentro da nova federação, é a permanência ou saída de vez do governo do presidente Lula.

Hoje, considerado da base do governo, o União Brasil indicou dois ministros para o atual governo: Celso Sabino, deputado federal pelo Pará, assumiu a pasta do Turismo. Juscelino Filho, deputado federal pelo Maranhão, assumiu as Comunicações.

Após denúncias de corrupção, Juscelino Filho caiu no início de abril de 2025. O governo chegou a anunciar o então o líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), como o novo titular da pasta, mas desistiu.

Então, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, ligado ao governo, indicou o engenheiro Frederico de Siqueira Filho para o comandar o ministério das Comunicações.

Já o senador licenciado do PDT do Amapá, Waldez Goés, também foi indicado diretamente por Davi Alcolumbre (União-AP), para comandar o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Mas, os oposicionistas do União Brasil, ao governo Lula, não creditam esses ministérios ao partido.

Progressistas na Esplanada

Embora a direção do Progressistas tenha maior alinhamento ao ex-presidente Bolsonaro, o partido também tem espaço no governo federal.

André Fufuca, deputado federal licenciado do PP do Maranhão, é ministro do Esporte neste 3º mandato de Lula.

Assim como Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal, foi indicado por Arthur Lira.

No entanto, Ciro Nogueira se alinha claramente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), principal nome da oposição a Lula.

Foto: BNC Amazonas